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Helena Iono

Jornalista e produtora de TV, correspondente em Buenos Aires

122 artigos

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Vigília e luta: ninguém solta a mão de Lula

Há muito que pensar e esperar do Lula que virá quando o Supremo Tribunal decidir respeitar a constituição. Não está longe o dia em que Lula será inocentado, livre, e voltará nos braços dos trabalhadores

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Uma simbiose comovedora: Lula preso e Vigília atenta. A  Vigilia Lula Livre em Curitiba é uma fonte de liberdade e de vida para Lula prisioneiro. E por outro lado, Lula, no presidio da Polícia Federal ao lado, emana energias e ideias de resistência à Vigília. Uma interação perfeita que comove e que não só deverá ficar nos anais da nossa história, mas ser eterna até que todo o Brasil seja livre e soberano.

No dia 3 de outubro deste ano, a 544 dias da prisão do presidente Lula, presenciamos na Vigília Lula Livre de Curitiba, numa pequena área, um ato politico concentrado de amor e resistência, de riqueza de pensamentos, de atitude construtiva, com representações políticas significativas do movimento sindical e social. Fatos construídos por este grupo persistente do MST, PT, MAB, CUT, Frente Brasil Popular e outros, não devem passar em branco: neste dia, em que se comemoravam 66 anos da Petrobrás (fundada por Getúlio Vargas, preservada e estendida por Lula e, hoje, ameaçada com as privatizações de Bolsonaro/Guedes), a Vigília contou com uma significativa delegação de petroleiros da FUP (Federação Única dos Petroleiros). Vindos em caravana de São Paulo, do Paraná e de Santa Catarina, decidiram comemorar a criação da Petrobrás, como o dia da soberania nacional, em Curitiba, junto à Vigília Lula Livre, ao lado de Lula, o presidente que destapou o Pré-sal e, por isso, foi alvejado pelo “lawfare” golpista e saqueador da Lavajato promovida pelos EUA e pelas finanças internacionais.

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Mario Dal Zot, petroleiro da FUP (PR/SC) aí presente disse: “Comemoramos o dia da soberania, da criação da Petrobrás de tudo o que ela significa para o desenvolvimento econômico e tecnológico e social do país.

que está sob ataque desde 2014 quando se iniciou a Lava Jato. Quem não se lembra que foi uma operação que foi em busca da lavagem de dinheiro do tráfico de armas e de drogas e se transformou nessa guerra contra a Petrobrás, essa empresa símbolo da distribuição da riqueza e da renda. E quem mais acreditou no potencial dessa riqueza é quem está encarcerado ali dentro (Lula). Transformou no seu governo, a Petrobrás na 4a. maior empresa de petróleo do mundo que, hoje, está sendo destruída. Descobriram o pré-sal, a maior descoberta de petróleo do mundo nos últimos 50 anos. É uma riqueza do povo brasileiro; não é dos acionistas; não é do mercado! O pré-sal é do povo brasileiro! E quem mais acreditou nisso, foi quem foi encarcerado, para que eles (do governo atual) pudessem fazer essa entrega que estão propondo. Mas, nós, povo brasileiro não vamos deixar, vamos resistir! Seja na greve geral do dia 26, seja depois, pois a entrega dessas poucas refinarias não vai parar; eles vão avançar rumo a outras. Por isso decidimos chamar a esse ato em comemoração aos 66 anos da Petrobrás aqui em Curitiba.” 

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Pomos em destaque essa fala, que acompanhou a de outros dirigentes da FUP da CUT no “Bom Dia!” e “Boa Tarde” ao presidente Lula (que pudemos presenciar) para caracterizar a riqueza política desta Vigília Lula Livre. Não é um simples acampamento de solidariedade. É uma plataforma de debates políticos. Nesta mesma data, Lula recebeu na prisão a visita de dois representantes sindicais: o Coordenador Geral da FUP, José Maria Rangel e o secretário Geral da CUT, Sérgio Nobre. Um detalhe importante neste contexto é que o próximo 13o. Congresso Nacional da CUT além de assumir o lema “Lula Livre”, na contracorrente de relativa apatia e atraso organizativo do movimento operário-sindical, decide assumir bandeiras políticas e não estritamente as reivindicatórias econômicas e salariais específicas, mas também a da soberania nacional, da recuperação das estatais, dando centralidade à luta pela libertação do presidente Lula. Como dito por José Maria Rangel (FUP), “Lula Livre tem a ver com os direitos da classe trabalhadora”. É preciso que a esquerda em geral dê muita atenção ao movimento dos petroleiros e à sua pauta sobre a soberania nacional, no mesmo instante em que as "loucuras" incendiárias de Bolsonaro e a sua verborragia nazista, além de gravíssimas, jogam um papel diversionista, tirando o foco de suas decisões econômicas destrutivas (com conivência do Congresso) sobre as privatizações, o desmonte do Estado e a previdência social. Há muito que pensar e esperar do Lula que virá quando o Supremo Tribunal decidir respeitar a constituição.

No dia 3 de outubro na Vigília, comprovou-se que Lula atrai todas as energias positivas e transformadoras do país e do mundo. Além de receber o título de “cidadão honorário de Paris”, a visita do ex-juiz espanhol, Baltazar Garzón (que condenou Pinochet), por aí passaram delegações internacionais de solidariedade da Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. Tira-se o chapéu aos coordenadores da Vigília que não são simples anfitriões, mas organizadores de escolas de formação política, com temáticas transcendentes, como as que presenciamos sobre a conjuntura mundial e latino-americana. Tudo isso, além do exercício da vida coletiva, com poucos meios, sob intempéries várias e ameaças repressivas. E do outro lado da rua, entre quatro paredes, Lula com a cabeça aberta para o mundo, estuda, lê e faz verdadeiras entrevistas-conferências, retrospectivas das suas experiências de vida, de liderança política nacional, internacional, orientações e revisões: “se eu tivesse lido tudo o que li agora, teria sido um revolucionário; eu fui um democrata, mas de parte.”

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Roberto Baggio, da direção do MST e coordenador da Vigília, disse: “O golpe se apropriou desta riqueza produto do trabalho de 500 anos do povo brasileiro. E hoje, passados 544 dias de resistência estamos aqui para dizer que este país chamado Brasil tem todas as condições para se desenvolver de forma autônoma em relação às potências capitalistas no mundo. Temos recursos naturais na terra, na água, no petróleo, recursos científicos, ciência, tecnologia e fundamentalmente, temos um povo que trabalha, que neste período histórico se apropriou da ciência para que ela seja colocada em função de um projeto para os 200 milhões de brasileiros. É nessa perspectiva que estamos travando essa batalha. E nesse aspecto é que está o nosso querido companheiro, irmão e camarada Lula preso. O sequestro do Lula, é o sequestro de alguém que pertence à classe trabalhadora; é a classe trabalhadora que está sequestrada. Porque a burguesia sabe que a classe trabalhadora é capaz de organizar um Brasil diferente de acordo com os seus interesses e não dos capitalistas. Por isso a razão de estarmos aqui é mais do que “o Lula é nosso amigo”.  É porque é a nossa classe que está lá (na prisão).  Por isso, somos leais a ele até a conquista da sua liberdade. Por isso estamos aqui para que ele possa sentir o calor humano da classe trabalhadora. Ele não está preso lá. Ele, ali, está solidário conosco e nós com ele.  E a vigília cumpre essa tarefa humana; para que ele possa sentir a presença humana perto dele, ao lado dele. E essa presença humana o alimenta, mas ele também alimenta a nossa resistência.  Então, aqui, como em todo o Brasil em todos os cantos, trata-se de uma cooperação, onde todos ganham. Ele ganha para fortalecer o seu combate diário, e nós ganhamos para ampliar a luta para pô-lo em liberdade. No dia 27, dia do seu aniversário vamos multiplicar várias atividades político-culturais no Brasil inteiro. E a partir do dia 26, com a greve, por iniciativa dos petroleiros, oxalá construir um processo de lutas do conjunto da classe trabalhadora para que ela entre em greve no Brasil para a libertação de Lula e consigamos um Brasil para os trabalhadores”

A seguir, vejam o vídeo, com alguns dos momentos e pronunciamentos que registramos nesta visita a este lugar energético do mundo que captou nesse mesmo dia, bons ventos do início da rebelião equatoriana contra o FMI e seus algozes, prestes à decadência na América Latina. Eis que a resistência dos governos da Venezuela, México e Nicarágua, e o recente discurso do presidente cubano, Miguel Diáz-Canel, se abraçarão com as eleições na Argentina, Bolívia, Uruguai para replantar as sementes da contraofensiva ao neoliberalismo devastador. Não está longe o dia em que Lula será inocentado, livre, e voltará nos braços dos trabalhadores.

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