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Hélio Rocha

Repórter de meio ambiente e direitos sociais, colaborador do 247

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Visitamos a sede da Huawei

Ao ampliar infinitamente as possibilidades de utilização da internet, por meio do aumento da velocidade, diversos benefícios serão ofertados aos consumidores. É isso que os americanos não querem. O objetivo da Huawei, porém, nada tem a ver com esta guerra fria vislumbrada pelos norte-americanos

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Muito se falou, nas últimas semanas, sobre o ataque norte-americano à hoje mais importante empresa chinesa, não apenas no ramo da tecnologia, mas agora no âmbito amplo de todo o mercado de ações e produção para o consumo e desenvolvimento tecnológico mundiais. A Huawei, gigante do setor das comunicações e da informática, que produz celulares, computadores e afins, além de trabalhar no desenvolvimento de novas soluções em conectividade, foi ameaçada com o bloqueio dos aplicativos e sistemas operacionais desenvolvidos por empresas como a Apple, o Facebook e a Google, o que abrangeria quase todos os aplicativos ocidentais e o sistema operacional Android. Na prática, a empresa estaria inviabilizada no mercado ocidental.

Como já explicou ao Brasil 247 o jornalista Pepe Escobar, na verdade trata-se de uma preocupação norte-americana em relação ao avanço das pesquisas chinesas sobre novas soluções para internet móvel, sobretudo a chamada 5G, que vai aumentar a portabilidade e baratear os custos da instalação de pontos de transmissão de dados em banda larga. Com mais pontos, haverá menos sobrecarga e possibilidade real de crescimento exponencial da velocidade das conexões, visto a imensa multiplicação. Não serão mais torres de transmissão, mas modens portáteis interconectados.

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O Brasil 247 visitou a sede da Huawei em Shenzhen, sul da China, para conhecer esses projetos. Os modens portáteis, conforme apresentados pelo porta-voz da empresa, o australiano Glenn Schloss, atendem à demanda pela banda larga de forma muito mais dinâmica do que as já obsoletas torres. Aparelhos do tamanho de um modem residencial poderão ser transportados em mochilas e conectados sempre em rede aos pares mais próximos, manterão alto padrão de transmissão de dados. O mesmo padrão poderá, desta forma, viabilizar soluções como internet transmitida por drones portadores de modens portáteis, para utilização de inteligência em rede em casos especiais, como segurança em eventos, operações de resgate etc.

Aí reside o X da questão. Ao ampliar infinitamente as possibilidades de utilização da internet, por meio do aumento da velocidade, diversos benefícios serão ofertados aos consumidores. Computadores centrais poderão operar remotamente, por exemplo, a segurança de uma residência, de forma muito mais minuciosa que hoje. O proprietário terá todas as câmeras no seu celular e receberá avisos sobre vazamento de gás, por exemplo, por notificação. Ou mesmo se o cachorro abriu a grade e saiu do quintal e está estourando a almofada da sala. Qualquer coisa será controlada remotamente. Inclusive armamentos militares. Inclusive o controle de fronteiras. Inclusive o combate ao tráfico de drogas, órgãos, seres humanos, qualquer coisa. Inclusive o vazamento de informações como no caso WikiLeaks estará mais viabilizado.

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É isso que os americanos não querem. Que a China venda essa tecnologia no âmbito civil, claro. Mas, em primeiro lugar, que ela domine seu uso militar e venda-o ao que as potências ocidentais imaginam serem seus aliados: Rússia, Irã, Venezuela, Vietnã, Coreia do Norte, Cuba, Síria. A China não é necessariamente uma aliada prioritária desses países: está aberta a todos, inclusive a eles. Mas é certo que faz parte de seu projeto internacional a redistribuição de poderes na geopolítica global não só no âmbito econômico, mas também no poder bélico das nações. Nessas horas, o filminho de terror da perda da primazia sobre mundo passa na cabeça dos agentes de Estado americanos, que começam até a imaginar seu país devolvendo a Califórnia para o México.

O objetivo da Huawei, porém, nada tem a ver com esta guerra fria vislumbrada pelos norte-americanos. Como afirmou Schloss durante a visita do 247, "esperamos que tudo se resolva para que a Huawei continue a prestar seus serviços a todo o mundo, inclusive ao povo e ao Estado americano". Ou seja, não está na rota da China fechar-se aos Estados Unidos, e se as tecnologias desenvolvidas pela Huawei com suporte científico do Estado chinês puderem servir à potência do Oeste, que participem seus governantes nas trocas comerciais com a equivalente no Leste. Da mesma forma, a China estará disposta a consumir e colaborar, no âmbito estatal, com o desenvolvimento de tecnologias americanas. O sistema World Wide Web, o popular "www", por exemplo, é produto da pesquisa britânica e é consumido pelo povo e o estado chinês, sendo inclusive o aperfeiçoamento do 5G um desdobramento da popularização da rede mundial de computadores. Portanto, não se trata de guerra fria. É uma busca de colaboração e, no momento, o que a China tem de melhor a oferecer nesse momento.

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É a alternativa de desenvolvimento compartilhado oferecida pela China. Sem disputas. Sem inimigos. Com amizade e colaboração socialista entre os povos, para uma caminhada conjunta.

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