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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Voto feminino foge de Bolsonaro e favorece Lula

Ludhmila Hajjar (Foto: reprodução | reuters)
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Futura vice de Lula?

Depois da que  presidente Bolsonaro aprontou com a médica cientista, Ludhmila Hajjar, hoje, dificilmente, o voto feminino, que representa 50% do eleitorado brasileiro, vai para ele em 2022; se depender das mulheres, muito dificilmente, rolará reeleição dele; operou-se completo desrespeito profissional do presidente relativamente a ela; ao misturar política com ciência, numa situação de emergência sanitária diante da pandemia, ele recebeu NÃO da profissional de medicina, cujas exigências para assumir o cargo foram, absolutamente, técnicas e morais; seu objetivo era criar um gabinete de crise; nele estariam, segundo ela, todos os profissionais necessários ao enfrentamento da pandemia; seria um mutirão nacional para atacar o adversário que já matou  perto de 280 mil pessoas; a solução bolsonarista de flexibilizar ao máximo as regras de aproximação e isolamento da população, desprotegida pela ausência de vacinação em massa, devido à incompetência governamental, é desastre anunciado pelos maiores especialistas em epidemiologia com o qual Ludhimila não aceitou se comprometer; Bolsonaro, porém, reagiu com agressão em defesa do seu interesse político, em primeiríssimo lugar; sua realpolitik foi a de dizer barbaridade para Ludhmila; ela, segundo Bolsonaro, ia “fuder” ele politicamente no Nordeste, se decretasse lockdwon; em nenhum momento da entrevista, pós reunião com o presidente, a médica cotada para ministra, pregou lockdown; destacou o protocolo necessário com devidas flexibilizações diante de casos concretos; a sinceridade de Ludhimila incomodou o presidente que a despachou; em seguida, no apartamento dela, em hotel na capital, foi ameaçada por desconhecidos bolsomínions; seria ou não fácil prever a mando de quem agiram os desconhecidos, sabendo que participaram da reunião, no Planalto, para decidir o assunto a médica, o presidente, o ministro da saúde e o filho do presidente? Quem praticou o gesto feminicida contra a cotada futura ministra, logo depois dela negar o convite por se sentir incompatível com os termos colocados pelo presidente, absolutamente, pornográficos? Estava ou não como convidada do presidente devidamente sob a segurança da Presidência da República?

Tapa na cara

A resposta de Bolsonaro de que essas coisas – a agressão a sua convidada – acontecem, como se fosse algo normal, representou tapa na cara da mulher brasileira dado pelo chefe da nação; o machismo bolsonarista atingiu o auge com o comportamento do presidente diante de uma cientista brasileira; a falta de consideração formal pela profissional que ficou sem cobertura da segurança presidencial, no hotel em que se encontrava, entra para agenda da mulher brasileira como compromisso para dar o troco a Bolsonaro na hora certa, a do voto; a despeito disso, Ludhimila provocou terremoto político em Brasília; o ministro praticamente despedido da Saúde, general Pazuello, deu entrevista que representou sua própria condenação; as recomendações oficiais que recitou foram as teriam que ter seguido há quase um ano, quando iniciou no cargo; somente, agora, ele se mostra prestativo em fazer o que deveria ter feito e não fez; vai para a história como péssimo servidor; só deu escorregada na missão para a qual não estava nem nunca esteve preparado; sai desmoralizado e compromete militares que demonstraram incompetência no exercício de funções alheias a sua missão profissional e constitucional.

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Centrão escorrega na PEC emergencial

Politicamente, está sendo desastre para o presidente, porque sua política econômica que oferece auxílio emergencial para os socialmente excluídos provocará aglomerações urbanas no momento mais perigoso da pandemia; os presidentes da Câmara e do Senado se dizem contra o lockdawn, mas as medidas econômicas  que aprovaram no Congresso são contraditórias; criam o ambiente para a necessidade de providências radicais, porque em vez de protegerem, expõem a população à infecção do coronavírus mais potente letalmente; o Congresso com a aprovação da PEC Emergencial que garante o auxílio emergencial de R$ 275, mas uma média proporcionalmente reduzida de R$ 175, aprofunda perigo de contaminação ao forçar suspensão do isolamento em favor do aumento da aglomeração, sem , contudo, resolver os impasses econômicos, imposto pelo neoliberalismo; os congressistas forçam situação contrária às recomendações da ciência, quando esta defente, em termos alarmantes, o contrário; no momento, em que os jovens deseducados por antipolítica pública se aglomeram, o risco político do presidente cresce, no compasso do seu negacionismo antifeminista. Lula, certamente, agradece.

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