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Hélio Rocha

Repórter de meio ambiente e direitos sociais, colaborador do 247

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Xi Jinping e a política global: a inovação científica

Segundo o presidente chinês, somente o avanço científico internacional, com esforços conjuntos de todos os povos, pode dar ao mundo um futuro mais próspero. Entretanto, esse avanço não deve pertencer aos países mais ricos

Xi Jinping (Foto: Reuters)
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A saída da pandemia da Covid-19 e a retomada da economia mundial são uma preocupação de todos os países. Na busca de soluções, o presidente da segunda economia mundial, a China, Xi Jinping, vem se tornando o principal propositor de iniciativas, projetos e ações que façam avançar a economia, o ideal de ética mundial e uma nova organização dos mercados. Nas últimas semanas, três encontros em poucos dias reuniram pronunciamentos chave para encontrar o rumo internacional.

Foram eles: a cúpula dos grandes emergentes, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS); o encontro da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC, sigla em inglês); e a cúpula das vinte maiores economias do mundo (G20). Em todos eles, três tópicos ressaltaram como de maior preocupação do líder internacional: o combate à pandemia, a recuperação econômica, e o desenvolvimento científico. 

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Aqui, vamos destacar o último dos três itens, que vem acompanhada de uma forma diferente de conceber a abertura dos mercados. Segundo o presidente, somente o avanço científico internacional, com esforços conjuntos de todos os povos, pode dar ao mundo um futuro mais próspero. Entretanto, esse avanço não deve pertencer aos países mais ricos, tampouco sua riqueza produzida deve servir apenas às potências e, mais, às elites desses países. Xi propõe um abertura ampla dos mercados, não aquela unilateral, proposta anteriormente pelas potências ocidentais. Ao invés do fornecimento de insumos aos países ricos, para recebimento tardio das tecnologias, Xi propõe a criação de espaços de desenvolvimento em que haja intercâmbios multilaterais internacionais.  Esse conceito de mercados abertos resultará, conforme o presidente, no avanço conjunto que beneficiará, sobretudo, os países mais pobres. Cumpre com o plano de “futuro compartilhado”, apresentado pela China. Não se trata de exploração, mas de colaboração. “Devemos reforçar a coordenação das políticas macroeconômicas, implementar a iniciativa de facilitação do fluxo de pessoas e bens”, afirmou o líder, no encontro dos BRICS. Na APEC, o presidente disse que é necessário “converter os abundantes recursos humanos, as sólidas bases tecnológicas e o considerável potencial do mercado asiático para que isso se converta em qualidade de vida”. Por fim, num dos tópicos mais importantes de todos os discursos, Xi propôs o debate sobre a segurança internacional dos dados na rede mundial de computadores. Essa é uma das principais preocupações da China, visto que a insegurança, assim como a hegemonia das tecnologias informacionais por poucas empresas sediadas num só país, podem consistir em ameaça à soberania dos países.

“A China lançou a Iniciativa Global de Segurança de Dados. Estamos dispostos a elaborar as regras globais de governança digital, junto com outras partes que sustentam essa iniciativa”. A declaração é importante, visto ser o país conhecido por proteger sua internet, com páginas e redes sociais próprias, visando à garantia da segurança de dados. O mercado chinês, que é de interesse internacional, só será possível às empresas ocidentais se houver acordo e vigilância internacional para proteção de dados.

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Com a forte atuação no combate à pandemia, na recuperação econômica e na inovação científica, com ênfase no multilateralismo e no compartilhamento do conhecimento e do avanço econômico, Xi Jinping assume papel global não antes exercido por líderes do Oriente. É, em si, um exemplo da nova ordem mundial. Como líder internacional, afirma-se nesta década como o mais importante personagem. Como liderança chinesa, talvez a que joga papel mais importante desde a Reforma Econômica de 1978, liderada pelo líder Deng Xiaoping. Muito antes de se consolidar como primeira economia global, a China mostra que isso talvez nem seja necessário. Apresentando a ideia de um cooperação entre os povos para melhor produção, enriquecimento e qualidade de vida dos países, dispensa o hegemonismo e, inclusive, a necessidade de ranqueamentos de economias mais ricas e mais pobres. No futuro compartilhado chinês, não há países ricos e pobres, mas nações que colaboram para o desenvolvimento mundial e, no curso do tempo, se equalizam.

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