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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Zema se alia aos militares golpistas para herdar bolsonarismo e atacar Lula

'Romeu Zema quer evitar triunfo lulista social democrata contra o fascismo bolsonarista, que bota as garras golpistas de fora', diz o colunista César Fonseca

Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Romeu Zema (Foto: Ricardo Stuckert | Marco Evangelista/Imprensa MG)
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Os golpistas mineiros, que se situam em torno do governador Zema, buscam aprofundar o golpe contra Lula, alinhando-se aos militares incompatibilizados com o presidente eleito com 51 milhões de votos, em outubro de 2022; candidatam-se, no apoio ao titular do Palácio da Liberdade, tornando-o herdeiro do bolsonarismo fascista, enquanto inventam a abstração de que Lula se faz de vítima dos terroristas bolsonaristas, cruzando braços diante da depredação nazifascista; tentam construir candidatura conservadora mineira ,desde já, visando próxima eleição presidencial, em 2026, ou viabilizar, no curto prazo, emparedamento do governo da Frente Ampla, cuja governabilidade se encontra sob ataque ultraneoliberal.

Zema vira repeteco do ex-governador mineiro, o banqueiro Magalhães Pinto, da UDN, que, na primeira hora, virou golpista, para, em 1964, derrubar o então presidente Jango Goulart, ao lado das forças armadas, na contramão da democracia; Magalhães fazia, então, dobradinha competitiva, no partido, com o ex-governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda, ambos da UDN, de olho na candidatura ao Planalto, em 1965, para confrontar com Juscelino Kubistchek, favorito a um segundo mandato; tanto Magalhães Pinto quanto Carlos Lacerda eram linha avançada de Washington, contrário às reformas capitalistas de base defendidas por Jango, alvo dos proprietários rurais, temerosos da reforma agrária, como são hoje os poderosos capitalistas do agronegócio, tidos como financiadores da depredação dos prédios dos três poderes, na Esplanada dos Ministérios.

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ESPÍRITO DE DONA LALÁ EM AÇÃO NAS GERAIS

Magalhães incendiou Minas com a mobilização das mulheres conservadoras – as carolas mineiras – que Stanislaw Ponte Preta denominava discípulas de Dona Lalá, apoiadas pela Igreja Católica das Gerais, então, a mais reacionária do Brasil; a missão delas era tacar fogo em Jango Goulart, levantando a tropa famosa da PM mineira, uma das mais violentas do mundo, de caráter fascista, apoiada pelo Exército; Zema, nesse momento, incorpora-se de Dona Lalá, para se aproximar das forças armadas, a fim de derrubar Lula; ganha manchetes que o escalam, desde já, como candidato à presidência em 2026, polarizando com Lula/Frente Ampla, taxando-o de comunista e interessado em apropriar-se das riquezas mineiras do nióbio de Araxá, sua terra natal.

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Minas abriga as maiores reservas mundiais desse minério raro de altíssimo valor utilizado nas demandas das tecnologias de ponta, na fabricação aeronáutica, foguetes, submarinhos atômicos, monopolizadas, atualmente, pelos herdeiros do Unibanco, aliados de Zema etc; a industrialização do nióbio transformaria a face colonial da economia brasileira que o governador quer perpetuar em potência mundial que é o anseio maior de Lula e dos nacionalistas.

TÁTICA RASTEIRA

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A tática de Zema é rasteira, agindo como serpente venenosa, para vender o argumento de que Minas é alvo preferencial da esquerda, de Lula, ou seja, daquele que tenta despertar na população o espírito nacionalista empreendedor, de modo a apropriar-se de suas riquezas naturais, para industrializá-la, via apoio do BNDES, e gerar progresso ao  alavancar o desenvolvimento nacional sustentável, agregando valor ao seu produto mundialmente cobiçado; Zema, com seu espírito neocolonial, de elite vendilhã da pátria, quer eternizar o Brasil colonizado, mediante reprimarização econômica.

Para Zema, Lula, a fim de alcançar seu objetivo, faz-se de vítima dos que, na ótica da centro-esquerda nacionalista social democrata anti-rentistta, quer esquerdizar o país, ao passo que ele, como mostra suas ações no governo mineiro, renuncia ao interesse nacional, inviabilizando soberania brasileira no cenário global; visa, tão somente, vender o país via privatizações por 30 dinheiros, na bacia das almas.

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Lula, durante campanha eleitoral, atacou esse caráter entreguista do governador, possuído de espírito antinacionalista, ou seja, aquele que tudo faz para vender as jóias da coroa de Minas, como as empresas de energia; esse tem sido o principal obstáculo responsável por inviabilizar a industrialização das Alterosas, sucateada, ademais, pela Lei Kandir, que isenta de ICMS exportações de produtos primários e semielaborados, desde 1996, na gestão neoliberal antinacionalista de Fernando Henrique Cardoso, submetido ao Consenso de Washington. FHC prometeu recompensar isenção de ICMS, o que jamais aconteceu nos últimos 27 anos, acumulando dívidas superiores a R$ 500 bilhões.

DEMÔNIO COMUNISTA

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Lula, para Zema e seus aliados, que visam derrubá-lo, é o demônio comunista; por isso, empenham-se na artimanha golpista de que o presidente eleito se faz de vítima ao permitir, cruzando os braços, a tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro de 2023, viabilizando o  quebra-quebra na Esplanada; o governador chuta alto na criação de abstração e fantasias, sem nenhuma comprovação, como atuaram Magalhães Pinto e Carlos Lacerda para, alinhando-se aos militares, derrubarem Jango.

O fato é que o direitista antinacionalista ultraliberal radical Zema ensaia, na sua entrevista, hoje, à Rádio Gaúcha, a sua estratégia de colocar-se no páreo, com pretenso apoio dos militares, para o que der e vier: ou derrubar Lula, já, ou trabalhar, a partir de agora, com todas as suas forças, contra o governo da Frente Ampla lulista, a fim de evitar triunfo lulista social democrata contra o fascismo bolsonarista, que bota, em Minas, na figura do governador, suas garras golpistas de fora.

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