'A gente começa a colocar operações em dúvida', diz ex-Lava Jato sobre operação da PF contra Witzel
O ex-procurador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que operações da Polícia Federal estão sendo colocadas em dúvida se estão sendo usadas para projetos políticos. “Quando você coloca a deputada Zambelli e o próprio Bolsonaro, que começam a politizar essa operação com a PF, a gente começa a colocar em dúvida operações”, afirmou
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247 - O ex-procurador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou, em entrevista no Uol, nesta terça-feira, 26, que operações da Polícia Federal estão sendo colocadas em dúvida se estão sendo usadas para projetos políticos. A declaração fez alusão à Operação Placebo, que apreendeu computadores e celulares do Palácio Laranjeiras, no Rio de Janeiro, em investigação sobre possível ligação do governador Wilson Witzel em esquema de fraude na área da Saúde.
Ele ainda disse que:
"Olha, nessa operação de hoje, eu acredito até porque ela teve origem no STJ, foi uma investigação feita nos inquéritos de Brasília, pela equipe de Brasília. Eu acredito que nada tenha a ver efetivamente com uma perseguição política ao governador Witzel", iniciou ele.
"Entretanto, quando você coloca a deputada Zambelli e o próprio Bolsonaro, que começam a politizar essa operação com a PF, a gente começa a colocar em dúvida operações que, a princípio, seriam legítimas. Hoje, nós vimos uma investigação séria comandada pelo ministro do STJ, mas, infelizmente, já tingida desta natureza política que, infelizmente, o governo Bolsonaro deu à Polícia Federal", acrescentou.
No dia 14 de maio, a PF prendeu o ex-deputado estadual Paulo Melo, o empresário Mário Peixoto e outras duas pessoas. As investigações apontaram indícios de fraude nas compras para os hospitais de campanha do coronavírus. De acordo com a PF, o grupo pagou vantagens indevidas a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), deputados estaduais e outros agentes públicos.
A empresa de Peixoto é a principal fornecedora do Governo Estadual do Rio de Janeiro, tendo mais de R$ 900 milhões em contratos com o estado. Peixoto é acusado de liderar uma organização criminosa e de desviar verbas em contratos milionários na área de saúde. As investigações apontaram indícios de fraude nas compras para os hospitais de campanha do coronavírus.
Os pedidos de busca e apreensão na residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, tiveram como base comprovantes de pagamento para o escritório da primeira-dama do Rio, Helena Witzel. De acordo com o Ministério Público Federal, provas provenientes da Justiça Federal demonstram laços suspeitos entre a primeira-dama e as empresas de Mário Peixoto, fornecedoras do estado.
De acordo com reportagem jornal Folha de S.Paulo, "entre as provas apresentadas, há um email de 14 de abril de 2020, em que o braço direito de Mário Peixoto recebe do contador das empresas documentos relacionados a pagamentos para a esposa do governador". "Segundo o mandado de busca e apreensão, o MPF imputa indícios de participação ativa do governador quanto ao conhecimento e ao comando de contratações realizadas com as empresas investigadas", diz a matéria.
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