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“Abomina-se o pecado, ama-se o pecador”

OAB sai em defesa de Márcio Thomaz Bastos e divulga nota com esta frase para apoiá-lo na causa de Carlinhos Cachoeira. Mas e quando o pecador paga R$ 15 milhões a seu advogado, que até ontem era chefe da sacristia? Será que este caso estava contemplado por quem inventou a citação?

“Abomina-se o pecado, ama-se o pecador” (Foto: Edição/247)
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247 – Quem tem razão: Ophir Cavalcante, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, ou o músico Alceu Valença, que além de compositor de clássicos da MPB, como Morena Tropicana, é também advogado? Neste domingo, a OAB divulgou nota em defesa do ex-ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, que também presidiu a entidade. Segundo a Ordem, o advogado é como o padre: abomina o pecado, mas ama o pecador. Alceu, por sua vez, considera indecorosa a postura de um ex-ministro da Justiça que abraça a causa de um dos maiores contraventores da República por R$ 15 milhões.

Até ontem, Thomaz Bastos era chefe da Polícia Federal republicana e, como tal, permitia até invasões de escritórios de advocacia. Hoje, como advogado, diz que não aliena a ninguém – apenas a sua consciência – o direito de advogar. Como advogado, ele já orientou antigos alvos da PF republicana, como a empresária Tânia Bulhões, a quem sugeriu a delação premiada, incriminando seu pobre contador. No caso mais polêmico, está recebendo R$ 15 milhões de Carlos Cachoeira, que, na semana que passou, debochou dos membros da CPI com seu silêncio sarcástico.

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O ex-ministro da Justiça diz que não julga seus clientes – isso seria tarefa do todo-poderoso. Nesta reportagem, a montagem que a ilustra utiliza uma pintura famosa do italiano Giotto sobre o inferno e os pecadores. Ok, o advogado abomina o pecado e ama o pecador. Mas será que ele ama mais o pecador que lhe paga R$ 15 milhões obtidos fora da lei?

Leia, abaixo, reportagem de Fausto Macedo sobre a nota da OAB, publicada na edição online do Estado de S. Paulo:

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SÃO PAULO - "O advogado não pode ter sua figura confundida com a de seu cliente, não deve ser hostilizado pela opinião pública e pelas autoridades policiais ou judiciárias ou sofrer linchamento moral por parcela da mídia", prega o presidente da Ordem do Advogados do Brasil em São Paulo (OAB/SP), em nota oficial divulgada neste domingo, 27, para rebater críticas ao criminalista Márcio Thomaz Bastos, defensor do contraventor Carlinhos Cachoeira.

Na semana que passou, o ex-ministro foi alvo de reprovações de políticos do PSDB, entre eles o senador Aécio Neves, de Minas. Thomaz Bastos defende Cachoeira na Justiça e também perante o Congresso, onde tramita Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga as atividades do bicheiro.

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"O advogado é como o padre, que abomina o pecado, mas ama o pecador", compara a OAB/SP. "O advogado abomina o crime e deve amar sua missão de defender aqueles que a ele recorrem para ter um julgamento justo."

A nota oficial da OAB/SP é subscrita por seu presidente, Luiz Flávio Borges D’Urso. "Venho a público, diante das insistentes críticas dirigidas ao advogado Márcio Thomaz Bastos, em razão de sua atuação como defensor em casos de grande repercussão nacional, mais uma vez salientar que o papel do advogado é obrigatório e absolutamente indispensável para que se obtenha Justiça", assinala D’Urso.

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O presidente da OAB/SP argumenta que "jamais se pode confundir o advogado com seu cliente".

"O fato de Thomaz Bastos ter sido ministro da Justiça não o impede de agora advogar livremente, sem qualquer restrição legal, aliás, o que já ocorre com inúmeros outros colegas que ocuparam postos e cargos de destaque na política nacional, também como ministros da Justiça, secretários de Estado da Justiça, secretários de Estado da Segurança Pública", assinala D’Urso.

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Ele ressalta que "diante de julgamentos de crimes de grande repercussão, quando o público em geral não admite ao acusado nem mesmo argumentos em sua defesa, imediatamente a opinião pública antagoniza o advogado que, para cumprir bem sua função, precisa enfrentar esse pré julgamento sem temor, com total independência, apesar da incompreensão".

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