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Brasil

Absurdos ditos por Bolsonaro encobrem falta de projetos, segundo sociólogo

Para o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política Paulo Silvino, as falas “escatológicas” de Bolsonaro vão além do constrangimento e representam “desrespeito, despreparo e descompromisso” com o Brasil. “É uma pobreza de vocabulário, de argumentação. É uma pobreza extrema em termos de planos", disse. "Não adiantam falas dessa natureza, que o tempo todo ofendem a oposição e os que não estão com ele. Isso não gera emprego, não acaba com a crise, nem faz chegar o pão na mesa do trabalhador", completou

Presidente Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Correa/PR)
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Rede Brasil Atual - Em mais um discurso desrespeitoso e violento, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) prometeu “acabar com o cocô do Brasil”, em visita a cidade de Parnaíba, no Piauí, nesta quarta-feira (14). Segundo ele, “o cocô é essa raça de corruptos e comunistas”, prometendo ainda “varrer essa turma vermelha do país”. Na avaliação do professor da Fundação Escola de Sociologia e Política Paulo Silvino, as falas “escatológicas” de Bolsonaro vão além do constrangimento e representam “desrespeito, despreparo e descompromisso” com o Brasil.

Em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta quinta-feira (15), Silvino diz que esse tipo de discurso agressivo, que mantém o “tom de campanha”, serve para encobrir a falta de propostas de Bolsonaro para o país.

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“É uma pobreza de vocabulário, de argumentação. É uma pobreza extrema em termos de planos. Não podemos mais continuar com esse espírito de campanha. Começou um novo governo. É preciso ter um projeto. Não adiantam falas dessa natureza, que o tempo todo ofendem a oposição e os que não estão com ele. Isso não gera emprego, não acaba com a crise, nem faz chegar o pão na mesa do trabalhador. É lamentável.”

Complacência

Como presidente, Bolsonaro segue repetindo o padrão verbal que adotava quando era deputado. Silvino critica a permissividade da classe política, como um todo, com a falta de decoro do atual presidente, que tem longo histórico de declarações polêmicas, sem ter sofrido sanções significativas. “A classe política, em especial a esquerda, e todo aquelas pessoas públicas que tiverem compromisso com o país e com a Constituição, precisam deixar claro a sua posição de repúdio e não aceitação de posições como essas que a gente assiste, lamentavelmente, semanalmente.”

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Repercussão internacional

Segundo o professor, as declarações de Bolsonaro têm impacto para além das fronteiras brasileiras. No último domingo (11), o presidente foi tema de matéria do jornal austríaco Die Presse, intitulada “O Brasil elegeu um idiota”. “Imagine alguém do mercado financeiro, em Londres ou Nova Iorque, lendo o jornal pela manhã retratando o nosso país como sendo governado por um idiota. Alguém investe seu dinheiro num país governado por um idiota?”

Contradição

Silvino também lembrou de uma “piada” com conotação sexual que Bolsonaro fez envolvendo os ministro da Justiça, Sergio Moro, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, quando perguntou – na quinta-feira passada, durante a live semanal que transmite pelo Facebook – se fariam um “troca-troca” – “um desrespeito ao principal nome da Justiça de seu governo  – e destacou ainda as contradições no discurso do atual presidente. Ao mesmo tempo em que usa termos chulos e violentos, tenta se vender também como representante dos valores da ordem, religiosos e familiares. “É o cristão que defende matar. É o pai de família que diz que gastava dinheiro para ‘comer gente'”.

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