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Alinhado aos EUA, Bolsonaro tenta justificar voto contra Cuba na ONU: "é ditadura"

"Pela primeira vez o Brasil acompanhou os Estados Unidos na questão do embargo para Cuba”, disse Jair Bolsonaro sobre o voto favorável ao embargo econômico liderado pelos EUA. "É uma ditadura e tem que ser tratada como tal", completou

(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
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Lisandra Paraguassu e Eduardo Simões, Reuters - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que Cuba é uma ditadura e que precisa ser tratada desta forma, ao comentar a mudança na tradição diplomática brasileira com o voto contrário na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) contra uma resolução que condena e pede o fim do embargo dos Estados Unidos à ilha.

“Saiu notícia agora há pouco, conversei com o embaixador Ernesto Araújo ontem. Pela primeira vez o Brasil acompanhou os Estados Unidos na questão do embargo para Cuba”, disse Bolsonaro em sua transmissão semanal em uma rede social.

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“Então nós somos a favor do embargo para Cuba, afinal de contas, aquilo é uma democracia? Não é. É uma ditadura e tem que ser tratada como tal. O Brasil vai mudando a sua posição, mais à centro-direita”, acrescentou o presidente.

Mais cedo, em sua conta no Twitter, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, defendeu a mudança na posição histórica da diplomacia brasileira como uma defesa da “verdade” e disse que é hora de parar de “bajular Cuba”.

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“Nada nos solidariza com Cuba”, escreveu o ministro em uma série de oito posts em sua conta no Twitter. “Os países em desenvolvimento votam sempre a favor de Cuba. Desta vez o Brasil votou a favor da verdade.”

A resolução contra o embargo é apresentada todos os anos na Assembleia-Geral da ONU desde 1992 e, na verdade, argumenta que o embargo é contrário ao livre comércio e à livre navegação internacional.

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Este ano, como nos anteriores, a resolução foi aprovada com votos favoráveis de países em desenvolvimento e países desenvolvidos —187 votos favoráveis no órgão que tem 193 membros. Apenas Estados Unidos, Israel e Brasil votaram contra, com Colômbia e Ucrânia se abstendo. Moldávia deixou de votar.

A resolução, que foi aprovada por esmagadora maioria pelo 28º ano seguido, tem peso político, mas somente o Congresso dos EUA pode colocar fim ao embargo, que dura mais de 50 anos.

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Segundo o ministro, Cuba nos últimos 60 anos se tornou “um centro regional de promoção e assistência a ditaduras comunistas” e tentou impor esse modelo na América Latina através do Foro de São Paulo.

“Cuba é hoje o principal esteio do regime Maduro na Venezuela, o pior sistema ditatorial da história do continente”, defendeu. “Então chega de bajular Cuba. A influência que Cuba possui entre os países em desenvolvimento no sistema ONU é uma vergonha e precisa ser rompida.”

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A Reuters consultou o Itamaraty sobre uma posição oficial a respeito do voto e foi informada de que a manifestação seria feita pelo chanceler através da sua rede social.

O voto brasileiro foi mais um sinal forte do alinhamento do governo brasileiro com o presidente norte-americano Donald Trump, de quem o presidente Jair Bolsonaro já se declarou fã. A decisão, no entanto, rompeu não apenas com a tradição diplomática brasileira na ONU, mas com a defesa do livre comércio que até hoje caracterizou a ação internacional do país.

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O embaixador brasileiro na ONU, Mauro Vieira, tentou nas últimas semanas reverter a decisão do Itamaraty para que o Brasil pelo menos optasse por uma abstenção, mas sem sucesso.

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