Após decisão de Toffoli, jurista Afranio anuncia abandono do direito
"Minha decepção e desgosto é muito grande", disse o professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e um dos mais renomados processualistas penais do país, Afranio Silva Jardim, anunciando que vai abandonar o Direito; a sua indignação é motivada pela derrubada da liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a prisão em segunda instância, derrubada pelo presidente da Corte, o ministro Dias Toffoli
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O renomado jurista Afranio Silva Jardim, considerado um dos maiores processualistas criminais do Brasil, anunciou nesta quinta-feira (20), por meio de sua página nas redes sociais, que está se retirando do que classificou como "'mundo' falso e hipócrita" do Direito.
"Minha decepção e desgosto é muito grande", disse o professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). A sua indignação é motivada pela derrubada da liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a prisão em segunda instância, derrubada pelo presidente da Corte, o ministro Dias Toffoli.
Em entrevista ao 247 após a decisão de Toffoli, Afranio afirmou que a liminar de Marco Aurélio era constitucional e acertada, mas que a decisão do presidente do Supremo representava o abandono da Corte ao Estado Democrático de Direito.
"Como lecionar direito com um Supremo Tribunal Federal como este?", escreveu Afranio, que leciona a quase 39 anos e atuou como promotor do Ministério Público.
Apesar do tom pessimista, o jurista avisa que vai "procurar outra 'trincheira' para uma luta mais eficaz em prol de um outro modelo de sociedade. A luta por vida digna para todos é perene, pelo menos para mim", disse.
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