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Aragão: Janot acusou Navarro e Dilma para forçar impeachment

Para o ex-ministro Eugênio Aragão, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de inquérito contra o ministro do STJ Marcelo Navarro, em setembro do ano passado, com o único intuito de destruir Dilma Rousseff e garantir que a presidente sofresse o impeachment; segundo ele, Janot sabia da correção de Navarro, tanto é que foi uma dos defensores da indicação dele para o STJ; "O senhor [Janot], tanto quanto eu, conhecia bem Marcelo, pessoa corretíssima, de conduta ética irreprochável. Tanto que o senhor pediu por ele. Pedir pela indicação então é republicano e atender o pedido é criminoso?" argumenta

Para o ex-ministro Eugênio Aragão, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de inquérito contra o ministro do STJ Marcelo Navarro, em setembro do ano passado, com o único intuito de destruir Dilma Rousseff e garantir que a presidente sofresse o impeachment; segundo ele, Janot sabia da correção de Navarro, tanto é que foi uma dos defensores da indicação dele para o STJ; "O senhor [Janot], tanto quanto eu, conhecia bem Marcelo, pessoa corretíssima, de conduta ética irreprochável. Tanto que o senhor pediu por ele. Pedir pela indicação então é republicano e atender o pedido é criminoso?" argumenta (Foto: Aquiles Lins)
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Do Conjur - O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de inquérito contra o ministro do Superior Tribunal de Justiça Marcelo Navarro, em setembro do ano passado, com o único intuito de destruir Dilma Rousseff e garantir que a ex-presidente sofresse o impeachment. Quem afirma é o ex-ministro da Justiça e subprocurador-geral da República, Eugênio Aragão. Segundo ele, Janot sabia da correção de Navarro, tanto é que foi uma dos defensores da indicação dele para o STJ.

Mesmo assim, às vésperas de o Senado Federal votar a admissibilidade do impedimento da petista, Janot resolveu mandar investigar Navarro e Dilma, unicamente por interesses políticos. A justificativa do então chefe da PGR era a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, que acusou Dilma de nomear o ministro para abafar a operação "lava jato".

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"O senhor [Janot], tanto quanto eu, conhecia bem Marcelo, pessoa corretíssima, de conduta ética irreprochável. Tanto que o senhor pediu por ele. Pedir pela indicação então é republicano e atender o pedido é criminoso?" argumenta.

No texto intitulado "Janot sai mesquinho, do mesmo modo que entrou", publicado no site Diário do Centro do Mundo, Aragão expõe grande decepção com o colega de Ministério Público, a quem conhece há mais de 30 anos e considerava "parte de um projeto de defesa do Estado de Direito".

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Como exemplo da boa relação que tinham, o ex-ministro lembra do papel decisivo que teve para a nomeação de Janot na PGR. Ele conta que, apesar de Janot ter ficado em primeiro na lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República, a tendência era Dilma escolher Ela Wiecko para o cargo. "Nada valia seu boquirroto primeiro lugar na lista e, sim, a palavra por mim empenhada aos interlocutores da senhora presidenta da República de que o seu era o melhor nome", relata.

Para sua decepção, entretanto, nos quatro anos em que esteve à frente da PGR, Janot se mostrou "um fraco", pois a "vaidade é um sinal da fraqueza que acaba por contaminar qualquer propósito ético ou político".

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Os "larápios egoístas e escroques ousados" que estão no poder, criticado por Janot em sua carta de despedida, só estão lá porque ele deixou, aponta Aragão. Mas isso deve ter ocorrido porque a vaidade ofuscou a vista do então PGR, acredita o ex-ministro. "Pensar assim é menos grave que lhe apontar protagonismo no golpe de 2016. Foi, porém, sua omissão imprópria que permitiu a Temer e sua turma praticar o maior arrastão de que se tem notícia na história política do Brasil".

Apesar da relação de longa data, Aragão comenta que não demorou a perceber que havia se equivocado sobre o colega de Ministério Público. Antes de ocupar o posto máximo da instituição, conta, Janot era um crítico da ação midiática da Justiça, principalmente do julgamento da Ação Penal 470, que analisou o "mensalão". A atuação "politiqueira" de chefes do MP era criticada por ele, a começar pelo caso do ex-deputado José Genoíno que, segundo Aragão, Janot acreditava ter sido condenado por um jogo de conveniências, de forma injusta.

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"Mal instalado na cadeira de PGR, pede a prisão de José Genoino, quem sabia inocente e a quem prometera proteger, se o caso fosse, até o abrigando em sua casa", critica. Segundo ele, Janot foi escolhido porque tinha o perfil adequado para "acalmar o país" após a turbulência da AP 470, mas o acusa de ter feito exatamente o contrário.

Em relação à "lava jato", ele lembra que, no início da operação, em 2014, o então procurador-geral ensaiou fazer um contraponto. Tentou conversar e buscou preservar ativos de empresas em risco. Após a "turma de Curitiba", onde iniciou a operação, dar "piti", ele recuou: "O senhor foi dominado pela paúra, né? Enfrentar adversidades não parecia ser seu forte".

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Janot preferiu esconder sua fraqueza no moralismo tacanho que faz sucesso no país dominado pela falta de ideias e de ideais, lamenta Aragão. Como o impulso era seguir a manada no seu estouro contra as instituições, passou a fustigar a presidente que o nomeou no esforço de pacificação nacional, diz. Ele também lembra quando o juiz Sérgio Moro, responsável pela "lava jato" em primeira instância, divulgou gravações da então presidente sem autorização judicial, em flagrante ilegalidade, e Janot nada fez.

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