“As portas da indisciplina militar foram escancaradas”, diz Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa, após perdão a Pazuello
“É muito grave o que está acontecendo. Não pode haver disciplina para o cabo e o soldado, se não há para o general”, declarou o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, ao condenar a decisão do Exército em não punir a indisciplina do general Eduardo Pazuello, que ignorou as leis da caserna e participou de um ato político pró-Jair Bolsonaro. Assista sua participação na TV 247
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247 - O ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, em entrevista concedida à TV 247 nesta quinta-feira (3), considera que “as portas da indisciplina militar foram escancaradas”, após o Exército declarar que não irá punir o general Eduardo Pazuello, que ignorou as leis da caserna e participou de um ato político pró-Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro.
Rebelo classificou a participação de Pazuello no ato como uma “manifestação muito grave de indisciplina, liderada pelo presidente da República”.
“O artigo 142 da Constituição diz que as Forças Armadas são subordinadas à disciplina e à hierarquia. Esses princípios não admitem relativismos, ou eles valem para todos ou para ninguém. Não pode haver disciplina para o cabo e o soldado, se não há para o general”, disse.
Questionado sobre a possibilidade de um golpe de Estado no país, ele considera que “a decisão gera um ambiente de insegurança. Mas não vejo que Jair Bolsonaro ou as Forças Armadas tenham condições de impor a força no Brasil, a não ser que queiram um banho de sangue”.
O ex-ministro também ressaltou que “o presidente é o comandante supremo das Forças Armadas, mas está subordinado a um documento superior a ele, que é a Constituição”. “Portanto, o presidente tem todas as prerrogativas, menos a de romper com os critérios que a Constituição estabelece”, acrescentou.
Seguindo suas críticas ao general Pazuello, ele destacou como “gravíssimo uma corporação que possui canhão, fuzil, aviões e navios de guerra participar da vida política do país”. “Política não pode ser das Forças Armadas. Como irão participar, com fuzis?”, perguntou.
Em sua visão, "os militares são vítimas de Bolsonaro". “Ele destituiu o ministro da Defesa sem nenhuma causa, destituiu também os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Ele fez por capricho”.
Apesar do grave momento que o país enfrenta, Rebelo é otimista. “O Brasil caminha para superar esse período de desorientação e irá enfrentar esse período indigno”.
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