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Brasil

Áudio mostra que Davati tentou encontro com Bolsonaro sobre 400 milhões de vacinas

Diálogo entre Cristiano Carvalho e o cabo da PM Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representantes da Davati no Brasil, aponta que a empresa e o governo tentaram negociar a distribuição de 400 milhões de doses de vacinas. O militar havia dito que Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, teria pedido propina de US$ 1 dólar por dose

Representantes da Davati Cristiano Carvalho e o cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira (Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration | Reprodução/Facebook | Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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247 - Os representantes da empresa Davati no Brasil, Cristiano Carvalho e o cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira, tentaram marcar uma conversa com Jair Bolsonaro para levar a proposta de venda de 400 milhões de doses de vacina AstraZeneca. Foi o que apontaram áudios sobre um diálogo entre Carvalho e o policial que aconteceu no dia 13 de março deste ano. O teor da conversa foi publicado pelo blog do Valdo Cruz

"Dominghetti, agora nós precisamos aí...O reverendo tá falando que tá marcando um café da manhã com o presidente amanhã às 10h, 9h, sei lá eu, que vai ter um café com os líderes religiosos. A gente vai entrar no vácuo, tá? Agora tem que fazer ele confirmar isso aí pra gente colocar uma pulguinha atrás da orelha do... Do presidente, tá?", disse o cabo.

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Depois o cabo da PM enviou uma mensagem de voz para o empresário. "Cristiano, o que eles me falaram, eu nem sabia que ia ter agenda com o Bolsonaro, você que me falou, o que eles me falaram é assim, que estão atuando fortemente lá, que agora depende do presidente, ele não marca agenda, ele fala assim vem aqui agora. Então, assim, de uma forma mais urgente. Agora, para falar com ele em agenda, eles conseguem marcar segunda, terça, quarta, porque aí entra na agenda oficial", afirmou.

"O que eles estão tentando é que o presidente te receba de forma extraoficial, entendeu, devido à urgência. É o que eles estão tentando. Agora agenda oficial eles conseguem marcar, o que estão tentando é uma agenda extraoficial", acrescentou.

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Em 16 de março, Carvalho deu demonstrações de não acreditar mais no poder do reverendo para marcar a audiência com Bolsonaro em novo diálogo encontrado no celular de Dominghetti. "O reverendo tá me dizendo aqui que falou com o pastor Malafaia, que até 10h chega a resposta e tal, mas... (rindo) as coisas que o reverendo fala não dá pra acreditar em nada. Tá que nem o (?) da H1N1, car...[palavrão], que é segunda, é quarta, terça, segunda, sexta... ai meu Deus do céu, tá louco".

O reverendo Amilton Gomes de Paula confessou ter dialogado com Carvalho e com Luiz Paulo Dominghetti sobre a venda de vacinas para o Ministério da Saúde. Gomes afirmou, no entanto, que não chegou a tratar do assunto com Bolsonaro.

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Investigações

A CPI da Covid investiga denúncias de irregularidades na compra de vacinas contra a Covid-19, após o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) dizer que o seu irmão Luís Ricardo Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística da pasta da Saúde, sofria pressão dentro da pasta para agilizar a aquisição da vacina Covaxin.

A compra do imunizante foi a única para a qual houve um intermediário e sem vínculo com a indústria de vacina, a empresa Precisa. O preço da compra foi 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela fabricante. Barros negou ter participado das negociações. 

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O deputado afirmou ter enviado a um secretário de Bolsonaro mensagens com os alertas de uma possível corrupção no ministério

Também há suspeitas sobre a compra da vacina Convidecia, do laboratório chinês CanSino. A empresa intermediária foi a BelCher Farmacêutica Brasil, com sede em Maringá (PR), terra de Ricardo Barros. Um dos sócios da empresa é Daniel Moleirinho, cujo pai é parceiro político do deputado. 

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O governo federal iria pagar 17 dólares por dose (R$ 5,2 bilhões por 60 milhões de doses).

Prisão na CPI

Em depoimento à CPI da Covid, na última quinta-feira (1), Dominguetti afirmou que US$ 3,50 era o valor da cada dose na primeira tratativa entre a Davati e o governo para a aquisição de vacinas. Segundo ele, Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, teria pedido propina de US$ 1 dólar por dose. O cabo disse que a ideia era o governo adquirir 400 milhões de doses.

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Nesta quarta-feira (7), o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias chegou a ser preso sob acusação de mentir na CPI. Ele pagou fiança de R$ 1,1 mil e foi liberado na noite desta quarta-feira (7). 

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