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Aumento acentuado do desmatamento é inegável, diz diretor exonerado do Inpe

Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), disse que a tendência de aumento do desmatamento é inegável, um dia após ter sido exonerado do cargo por conta de uma discussão pública com Jair Bolsonaro sobre dados publicados pela agência. “Nossos dados estão absolutamente corretos”

O diretor do Inpe, Ricardo Galvão. (Foto: Divulgação / Inpe)
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SÃO PAULO (Reuters) - Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), disse no sábado que a tendência de aumento do desmatamento é inegável, um dia após ter sido exonerado do cargo por conta de uma discussão pública com o presidente Jair Bolsonaro sobre dados publicados pela agência.

“Não há a menor dúvida”, disse ele à Reuters, quando perguntado se os dados apontavam para uma tendência de aumento significativo do desmatamento. “Nossos dados estão absolutamente corretos.”

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A saída de Galvão, um respeitado físico e membro da Academia Brasileira de Ciências, teve ampla repercussão negativa na comunidade científica do país.

Os ambientalistas também viram isso como um perigoso ataque a um dos principais pilares da luta do Brasil contra as mudanças climáticas —o uso de dados de imagens de satélite para medir e combater o desmatamento na Floresta Amazônica.

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A preservação da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, é considerada vital na tentativa de conter o aquecimento global devido à sua enorme capacidade de absorver carbono.

“Eu não ofereci minha renúncia”, disse Galvão quando perguntado se ele havia renunciado.

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Estatísticas preliminares da agência de pesquisa espacial Inpe mostraram um salto de 88% no desmatamento na Floresta Amazônica em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Os dados de 1º de julho a 25 de julho, o mais recente disponível, registraram 1.864 quilômetros quadrados de desmatamento, mais do que o triplo da quantia registrada no mês de julho do ano passado.

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Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, questionaram essa interpretação dos números produzidos por um sistema conhecido como Deter, dizendo que eles não deveriam ser usados para medir aumentos mês a mês, mas apenas como dados indicativos para ajudar as equipes de fiscalização a preparar operações contra a extração ilegal de madeira e queimadas em uma área que é três vezes maior que a Europa Ocidental.

O governo disse que apenas os dados anuais consolidados, conhecidos como Prode, devem ser usados para calcular aumentos no desmatamento.

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Galvão concordou que os dados do Deter não deveriam ser usados para comparar um mês com o outro, porque o sistema não foi perfeitamente capaz de diferenciar exatamente quando o desmatamento ocorreu, mas enfatizou que isso não significa que o desmatamento mostrado no sistema não estava acontecendo.

Na verdade, a realidade é provavelmente ainda pior de acordo com Galvão. “Historicamente, os números do Deter são muito inferiores aos do Prodes”, disse ele.

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