Bernardo Mello Franco diz que Ricardo Barros, líder de Bolsonaro, é "a bola da vez"
O deputado do direitista PP, líder de Jair Bolsonaro na Câmara, está diretamente implicado no caso de corrupção da compra da vacina indiana
247 - "O PP barganhou o Ministério da Saúde para votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Ao assumir a Presidência, Michel Temer cumpriu o combinado. Entregou a pasta a Ricardo Barros, um deputado patrocinado por empresas de seguros".
"Ao saber da nomeação, o veterano Paulo Maluf fez piada: 'Ele não é médico, mas entende de operações'. Falava com conhecimento de causa. Barros era tesoureiro do PP, o partido com mais políticos na mira da Lava-Jato", relembra Bernardo Mello Franco.
"Em agosto passado, Jair Bolsonaro recrutou o ex-ministro para operar em seu nome na Câmara. 'Eu o convidei e ele aceitou prontamente a honrosa missão de liderar o governo. Para nós é muito bom', disse o presidente. 'Estou muito grato e muito feliz com a chegada dele para nos ajudar a mudar o Brasil', animou-se".
"O país não mudou, e Barros também não. Em setembro, ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal que apurava crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O capitão protegeu o ex-colega de partido. No mês passado, ainda presenteou sua mulher, Cida Borghetti, com uma sinecura no conselho de Itaipu.
"Em depoimento à CPI da Covid, o deputado Luis Miranda disse que Bolsonaro sabia do envolvimento de Barros na negociação da Covaxin".
"Uma reportagem da revista Veja sugere que Barros não operava sozinho. O senador Flávio Bolsonaro também abriu portas no governo para o dono da Precisa".
"Barros virou a bola da vez. Será chamado à CPI e responderá a processo por quebra de decoro. Com o primeiro-filho na história, o capitão deve ter dificuldade para se livrar logo do operador. Outro problema para o governo é a proximidade entre o deputado e o presidente da Câmara. Na quarta-feira, Arthur Lira receberá um 'superpedido' de impeachment contra o capitão".
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