Boatos alimentam conflito com venezuelanos em região de fronteira

247 - A profusão de boatos em Roraima tem acirrado os ânimos entre brasileiros e venezuelanos na fronteira do extremo norte do país e começa a preocupar até do ponto de vista geopolítico. As informações falsas e realçadas com dramatização são propagadas por WhatsApp e outras redes sociais e vêm alimentando o acúmulo de hostilidades por parte dos brasileiros. A governadora do estado, Suely Campos, em plena campanha para a reeleição, afirmou: "estou atendendo venezuelanos e nossos brasileiros estão ficando para atrás, estou ocupando a vaga deles". 

Matéria do jornal Folha de S. Paulo destaca que "de fato, a maternidade estadual teve um grande aumento no número de atendimentos por causa do ingresso de cerca de 60 mil venezuelanos em Roraima nos últimos dois anos. Foram 566 partos de venezuelanas em 2017, e 571 em 2018 só até junho (ante 4.240 partos de brasileiras)."

Segundo a reportagem, o nascedouro de boatos tem a ver com essas circunstâncias relatias aos atendimentos à população: "é assim que nascem várias campanhas antivenezuelanos em Roraima, alimentadas pelos boatos em redes sociais e exacerbadas pelo ingresso de venezuelanos em um estado com apenas 520 mil habitantes, o menos populoso do país."