Bolsonaro delira e diz que plano para matar Moro e autoridades é da "esquerda"
Jair Bolsonaro usou as redes sociais para vincular, sem provas, os planos de uma facção criminosa para sequestrar e assassinar autoridades a partidos de esquerda no Brasil
247 - Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para vincular, sem provas, o plano de uma facção criminosa para sequestrar e assassinar diversas autoridades públicas, incluindo o ex-juiz suspeito e senador Sergio Moro, à esquerda.
"Em 2002 Celso Daniel, em 2018 Jair Bolsonaro e agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O Poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda", postou o ex-mandatário no Twitter. Na postagem, ele também defendeu que seja aberta uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o plano criminoso.
Esta não é primeira vez que Bolsonaro tenta vincular os crimes listados por ele na postagem aos partidos de esquerda no Brasil. Durante a campanha eleitoral, em um debate entre os presidenciáveis, Bolsonaro chegou a acusar o então candidato e hoje presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de ter relação com o crime.
Bolsonaro também fez uso eleitoral do episódio da facada que recebeu durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) ao acusar, sem provas, que o autor do atentado, Adélio Bispo, teria ligações com partidos de esquerda. Esta possibilidade, porém, foi descartada pela Polícia Federal.
No início da tarde desta quarta-feira (22), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, criticou as tentativas de politização do plano que foi desbaratado pela PF.
“É vil, leviana e descabida qualquer vinculação a esses eventos com a política brasileira. Eu fico realmente espantado com o nível de mau caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria. Investigação essa que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo”< disse Dino.
A declaração do ministro faz referência à entrevista concedida por Lula à TV 247 na terça-feira (21). Na ocasião, o petista disse que quando estava preso “de vez em quando um procurador entrava lá (na cadeia) de sábado, ou de semana, para visitar, se estava tudo bem. Entrava três ou quatro procuradores e perguntava ‘tá tudo bem?’. Eu falava ‘não está tudo bem. Só vai estar bem quando eu foder esse Moro’".
A fala do petista foi tirada de contexto e utilizada por diversos políticos ligados ao bolsonarismo e de extrema direita para atacar o presidente Lula em discursos, entrevistas e nas redes sociais.
“Nós estamos vendo em redes sociais uma narrativa escandalosamente falsa de que haveria relação entre as declarações do presidente Lula e minhas também a essa quadrilha. Ocorre que essas declarações críticas ao ex-juiz Sergio Moro não impedem a Polícia Federal de proteger uma pessoa que é oposição. Precisamos focar no principal", disse Dino sobre o caso.
