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Brasil

Bolsonaro matou a Comissão da Verdade

“De sete, ele (presidente) colocou quatro, ou seja, não existe mais a Comissão de Mortos e Desaparecidos. Porque ela cumpriu a função da lei, que previa julgar os casos de indenização para as famílias dos mortos e desaparecidos, e, a segunda fase, era de busca aos corpos e isso é previsível que não vá mais acontecer”, avalia o jornalista e ex-preso político Ivan Seixas, que coordenou a Comissão da Verdade “Rubens Paiva”, no Estado de São Paulo

Brasília - Tumulto e confusão marcaram sessão da Câmara do Deputados sobre 50 anos do golpe militar de 1964 (Antonio Cruz/Agência Brasil) (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)
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Da Rede Brasil Atual - A entrada de militares e integrante do PSL na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, decretada na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro e pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, indicam que o governo não fez uma substituição, “ele colocou gente para parar os trabalhos da Comissão”, como avalia o jornalista e ex-preso político Ivan Seixas, que coordenou a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”, na Rádio Brasil Atual. A comissão foi presidida na Assembleia Legislativa pelo ex-deputado Adriano Diogo.

“De sete, ele (presidente) colocou quatro, ou seja, não existe mais a Comissão de Mortos e Desaparecidos. Porque ela cumpriu a função da lei, que previa julgar os casos de indenização para as famílias dos mortos e desaparecidos, e, a segunda fase, era de busca aos corpos e isso é previsível que não vá mais acontecer”, alerta Seixas, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas.

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As alterações aconteceram poucos dias após Bolsonaro declarar, com sarcasmo, que poderia dizer ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, como seu pai havia desaparecido durante a ditadura civil-militar. A fala, repudiada pela presidenta agora exonerada do órgão, Eugênia Gonzaga, provocou a Comissão a convocar Bolsonaro para prestar explicações sobre o desaparecimento de Fernando Santa Cruz.

Para o ex-coordenador, as alterações, portanto, são uma forma típica de agir do presidente. “Ele tem um comportamento delinquente, de desrespeitar as normas civilizadas”, avalia, acrescentando que Bolsonaro adota o discurso dos torturadores da ditadura. Com as exonerações, a presidência da Comissão passa agora ao advogado Marco Vinicius Pereira de Carvalho, assessor especial de Damares, filiado ao PSL, e acusado de beneficiar mulher e cunhada em concurso público em Santa Catarina.

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Também entra no colegiado outro integrante do PSL, o deputado federal pelo Paraná Filipe Barros Ribeiro, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) e que chegou a citar o dia do golpe, 31 de março, como a data “em que o Brasil foi salvo da ditadura comunista”. Também foram incluídos o oficial do Exército Vital Lima Santos e o coronel reformado Weslei Antônio Maretti, conhecido por declarações que exaltam o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido como maior torturador da ditadura, também compõem a Comissão agora. “Bolsonaro faz uma retaliação e coloca militares que fazem apologia à tortura.A questão não é sobre ter militares, na Comissão tinha o coronel (João Batista da Silva) Fagundes, uma pessoa com quem convivi, absolutamente respeitável. Não era de esquerda, ele falava isso abertamente, mas julgava estritamente o caso: tem provas, não tem provas. Uma pessoa correta”, lamenta Seixas.

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