“Bolsonaro provou que o Exército, infelizmente, é dele”, diz Celso Amorim
Ex-chanceler comentou a decisão do Exército de não punir Eduardo Pazuello por seu envolvimento na política e avaliou que o golpe já não é apenas uma possibilidade. “Não é sobre se haverá um golpe. Já houve um golpe. O golpe é dobrar a espinha do Exército, que deixa de ser uma instituição de Estado e passa a ser uma instituição deste governante”. Assista
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247 - Ex-chanceler dos governos Lula, o embaixador Celso Amorim avaliou, em entrevista à TV 247, a decisão do comando do Exército de não punir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por ter participado de um ato político a favor de Jair Bolsonaro no dia 23 de maio.
O ex-ministro afirmou que a decisão prova que o presidente controla o Exército, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, onde as Forças Armadas não aderiram ao golpe instigado por Donald Trump após derrota nas eleições.
“Aqui você vai ter confiança numa hipótese dessa? Como você pode ter confiança se na realidade o comandante do Exército aceita uma violação do regulamento e aceita passar a mão na cabeça da pessoa que violou uma regra fundamental? Isso afeta profundamente a situação. Aliás, isso tudo não aconteceu por acaso, mas foi planejado para demonstrar que o Exército, como diz o presidente, é sim o Exército dele, e não do país. Ele provou isso, infelizmente. A não ser que venha a ocorrer uma reação que a gente não sabe ainda se pode ocorrer ou não, ele terá provado que o Exército é o Exército dele”, disse.
Para o ex-ministro, o golpe já é realidade: “Não é sobre se haverá um golpe. Já houve um golpe. O golpe é dobrar a espinha do Exército, que deixa de ser uma instituição de Estado e passa a ser uma instituição de governo, ou, de maneira mais enfática, deste governante”.
“Os próprios ditadores na ditadura militar tinham que seguir regras. As regras eram distorcidas para acontecer tudo que a gente sabe que aconteceu. Mas individualmente, a mídia passou a chamar o Geisel, o Médici de ditadores. Mas é um erro, porque não são eles individualmente. O estamento sim é que praticava a ditadura, ele não podia fazer o que quisesse. Esse cara está querendo mostrar que ele faz o que quer. Ele incentiva uma infração de um regulamento do Exército e não acontece nada”, completou Celso.
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