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Católicos progressistas pedem fim de ataques à democracia e maior participação social

Por meio de uma carta aberta, a Igreja do Povo de Deus em Movimento (IPDM), formado por padres e leigos ligados à Teologia da Libertação e com forte atuação na Zona Leste de São Paulo, criticou os ataques à democracia feitos pelo governo Jair Bolsonaro, como a exclusão da participação social das decisões que afetam diretamente a sociedade, além de condenar a reforma da Previdência, a criminalização dos movimentos sociais e a precarização do sistema de saúde pública

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247 - Por meio de uma carta aberta, a Igreja do Povo de Deus em Movimento (IPDM), formado por padres e leigos ligados à Teologia da Libertação e com forte atuação na Zona Leste de São Paulo, criticou os ataques à democracia feitos pelo governo Jair Bolsonaro, com a exclusão da participação social das decisões que afetam diretamente a sociedade, além de condenar a reforma da Previdência, a criminalização dos movimentos sociais e a precarização do sistema de saúde pública.

"A Páscoa se manifesta no desejo do povo em opinar sobre as decisões do Estado, expressar isso livremente e ser levado em consideração. Por isso, reivindicamos uma democracia ampla, plural, participativa, que afirme e respeite os direitos dos pobres e excluídos, contra toda forma de intolerância", ressalta trecho da carta

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Para o IPDM é preciso que os cristãos de todo o país se mobilizem para "serem sinais pascais – vida que enfrenta a morte -, denunciando este mercado que sempre traz a justificativa fácil para se retirar empregos e dificulta o direito constitucional à moradia".

Leia a íntegra da carta.

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CARTA ABERTA DO POVO DE DEUS PARA A PÁSCOA DE 2019

PADRES, LEIGOS, LEIGAS, RELIGIOSOS E RELIGIOSAS DE UMA IGREJA POVO DE DEUS EM MOVIMENTO

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A Campanha da Fraternidade 2019 que teve como tema Fraternidade e Políticas Públicas, salpicou em terras brasileiras encharcadas pelo suor de todas as pessoas que se empenham na luta pelo direito e pela justiça, um grito de esperança.
O tempo pascal que se concretiza em nós é sinal na história do povo e se faz presente, sacramentalmente, no corpo, nos sonhos e nas comunidades humanas. A força da Páscoa se manifesta no desejo do povo em opinar sobre as decisões do Estado, expressar isso livremente e ser levado em consideração. Por isso, reivindicamos uma democracia ampla, plural, participativa, que afirme e respeite os direitos dos pobres e excluídos, contra toda forma de intolerância.

Entendemos as redes, grupos, movimentos, escolas populares e tantas outras ações coletivas ligadas à luta do povo como síntese de que se conduz uma nação sem inimigos internos, como vem sendo feito com Movimentos Sociais e Sindicatos – como insiste o atual presidente da república -, e sim, escutando esses, fazendo reverberar politicamente suas experiências, e não excluindo os conselhos de participação popular vindos do chão da sociedade.

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A Páscoa insiste em acontecer em nós, mesmo sabendo que, de 2017 para cá, o Brasil registra o aumento da pobreza extrema; crescem as taxas de mortalidade infantil; 15 milhões de Brasileiros vivem com US$ 1,90 por pessoa/dia. Cremos que a nossa vida nunca se apaga, ao contrário, ela reluz, renasce, frutifica, dá vida nova e nos dá coragem de dizer:

1. Não queremos Reforma da Previdência Social, com seu suposto déficit, pois defendemos a solidariedade social, princípio da Doutrina Social da Igreja. Num país onde a expectativa de vida em periferias chega à 59 anos, não aceitamos a proposta do governo quer que seja de 63 anos o direito a aposentadoria, onde milhares vivem com o BPC – Benefício de Prestação Continuada e o presidente quer cortá-lo.

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2. Repudiamos a precarização do SUS – Sistema Único de Saúde -, política pública que garante acesso gratuito a toda população e que atores econômicos vêm subfinanciando para fortalecer os convênios particulares. Queremos um SUS 100% público e gratuito.

3. Denunciamos os cortes absurdos nas políticas de Assistência Social, sobretudo na Cidade de São Paulo, onde a prefeitura vem reduzindo valores de investimento sem justificativa, precarizando o atendimento de jovens, crianças, adultos, pessoas em situação de rua, idosos, e tantas pessoas que necessitam do mínimo de acolhimento, cuidado e escuta.

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4. O problema da violência é real, o debate dominante é falso, feito para favorecer a repressão e implementar leis mais drásticas (leia-se "criminalização"), ao invés de ir à raiz da violência, que está em problemas urbanísticos como distribuição de renda, trabalho, moradia.

Por isso, mobilizamos os cristãos a serem sinais pascais – vida que enfrenta a morte -, denunciando este mercado que sempre traz a justificativa fácil para se retirar empregos e dificulta o direito constitucional à moradia. Como afirmou o Papa Francisco, "Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, de transmitir valores, de deixar a Terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela" (EG, nº 183).

Feliz Páscoa – Germina em nós esperança e ousadia, espírito crítico que carrega consigo o amor, a partilha e a luta pela digna passagem de todos nessa terra. Encarnando nossa vocação definitiva em ser húmus: 'Se o grão não cair na terra e morrer, não germinará'.

Igreja – Povo de Deus – em Movimento.

São Paulo, Páscoa de 2019.

 

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