Celso Amorim: eleição sem Lula é, sim, uma fraude
Em resposta ao artigo de Wanderley Guilherme, o ex-ministro escreve: "Temo que seu bem urdido artigo seja utilizado por aqueles que querem minimizar a importância da tentativa de barrar a candidatura do único nome dentro da esquerda que, pela origem, trajetória e feitos concretos, goza de chances reais de sair vitorioso nas urnas. Tratar esse impedimento como uma "inevitabilidade" favorece, na prática, o cumprimento da profecia e induz à aceitação dos que tentam concretizá-la"
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Por Celso Amorim - Tenho grande respeito intelectual pelo Wanderley Guilherme, a quem aprendi a admirar desde os tempos do Iseb. Além do mais famoso texto em que previu quem daria o golpe de 1964, é de sua autoria uma das melhores e mais brilhantes análises da estrutura sócio-política brasileira da época: "Introdução ao Estudo das Contradições Sociais no Brasil". Seu domínio dos conceitos teóricos é admirável e sua honestidade intelectual exemplar.
Mas, neste caso, não posso concordar. Temo que seu bem urdido artigo seja utilizado por aqueles que querem minimizar a importância da tentativa de barrar a candidatura do único nome dentro da esquerda que, pela origem, trajetória e feitos concretos (com impacto na vida de milhões de pessoas), goza de chances reais de sair vitorioso nas urnas. Tratar esse impedimento como uma "inevitabilidade" favorece, na prática, o cumprimento da profecia e induz à aceitação dos que tentam concretizá-la.
Não quero entrar em uma discussão semântica, mas uma olhadinha no verbete correspondente do Houaiss não deixa dúvida: o golpe judicial-midiático visa, sim, fazer do processo político-eleitoral uma "fraude", roubando ao povo o direito de votar no indivíduo em que mais confia, ao tempo que desfigura o princípio da soberania popular, pedra angular da democracia.
Com todo o respeito por opiniões divergentes!
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