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Celso Amorim: por que Lula deveria ser indicado ao Nobel da Paz

Em artigo publicado pelo site inglês Morning Star, Amorim denuncia a prisão política de Lula e o legado de seus governos para o Brasil na luta contra a fome e pela paz no mundo; "Todos esses fatos me trazem à mente, quando se fala de Lula para o Prêmio Nobel, a frase do presidente Barack Obama: 'Ele é o cara'", escreve Amorim 

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247 - O ex-chanceler e ex-ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu nessa quarta-feira, 20, a indicação do ex-presidente Luiz Iácio Lula da Silva para o prêmio nobel da Paz.

Em artigo publicado pelo site inglês Morning Star, Amorim denuncia a prisão política de Lula e o legado de seus governos para o Brasil na luta contra a fome e pela paz no mundo. 

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"Todos esses fatos me trazem à mente, quando se fala de Lula para o Prêmio Nobel, a frase do presidente Barack Obama: 'Ele é o cara'", escreve Amorim.

Leia, abaixo, o texto na íntegra:

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Por que Lula deveria ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz

Em 13 de abril de 2018, seis dias após a prisão do presidente Lula, Adolfo Perez Esquivel lançou, por meio de uma plataforma on-line, a campanha para que o ex-presidente brasileiro Lula da Silva fosse indicado ao Prêmio Nobel da Paz.

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Algumas semanas antes, ele estava com Lula em seu instituto homônimo (Instituto Lula) e mencionou a ideia.

Eu me juntei aos ativistas de Direitos Humanos da Argentina naquela visita, liderados pela jurista Carol Proner.

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Nessa ocasião, Esquivel baseou sua proposta no trabalho de Lula para eliminar a fome no Brasil e a influência que nosso programa Fome Zero teve em todo o mundo, tanto pelo exemplo quanto como programas concretos de cooperação na América Latina, Caribe e África.

A importância da iniciativa de Lula não passou despercebida por vários líderes mundiais. O presidente francês Jacques Chirac se juntou ao nosso presidente em uma campanha global para combater a fome e a pobreza, à qual outros chefes de estado se juntaram, como Ricardo Lagos, do Chile, e José Luis Zapatero, da Espanha, além do secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

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Em 2004, durante a assembleia geral da ONU, realizou-se uma reunião de cúpula, abrangendo cerca de cem países, com a presença de algumas dezenas de chefes de Estado e de governo.

Lembro-me, ainda hoje, da frase que ouvi casualmente de um diplomata francês que, ao entrar no local da reunião, comentou com um colega: "O Brasil abraça o mundo".

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Obviamente, todo esse esforço teria pouco significado, se não fosse o governo Lula, levantando cerca de 40 milhões de brasileiros da pobreza extrema, o que tirou o Brasil do mapa da fome mundial da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

Esse feito, sem precedentes na história, resultou de uma vontade política e capacidade de mobilização raramente vistas e ocorreu em um ambiente totalmente democrático, sem violência ou conflito.

Isso fez de Lula um dos líderes mais admirados do mundo entre outros países, independentemente de seu nível de desenvolvimento ou inclinações ideológicas.

A luta contra a fome no Brasil e a campanha global já seriam motivo suficiente para fazer Lula merecer a homenagem proposta por Perez Esquivel, que já conta com quase meio milhão de apoiadores, incluindo uma diversidade de figuras na política, movimentos sociais, cultura e as artes, assim como a academia.

Mas as políticas de Lula tiveram outros efeitos igualmente importantes na paz da região e do mundo. Seja através da integração sul-americana ou através de ações diretas para o diálogo e a conciliação, o ex-presidente contribuiu decisivamente para que os problemas internos e externos do país fossem resolvidos pacificamente.

Mais de uma vez, as nações desenvolvidas e a mídia internacional reconheceram esse papel de pacificador, como ilustrado, entre outros exemplos, pela criação do Grupo de Amigos da Venezuela, que evitou uma guerra civil em nosso país vizinho e pela mediação de Lula no conflito. entre o Altiplano e a Mídia Luna na Bolívia.

O Brasil de Lula também exerceu esse papel em questões de alcance global. No Oriente Médio, o Brasil participou, convidado por Washington, da Conferência de Annapolis, que relançou o Roteiro para a Paz entre a Palestina e Israel, baseado no conceito de dois estados coexistindo com segurança.

Juntamente com a Turquia, o Brasil participou das negociações da Declaração de Teerã, que foi a precursora do Acordo Irã, assinado anos depois pelos EUA e outros cinco países com o Irã.

Todos esses fatos me trazem à mente, quando se fala de Lula para o Prêmio Nobel, a frase do presidente Barack Obama: "Ele é o cara".

Celso Amorim é ex-ministro das Relações Exteriores (2003-10, governo Lula) e ministro da Defesa (2011-15, governo Dilma) e preside o Comitê Internacional de Solidariedade em Defesa de Lula e Democracia no Brasil.

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