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"Ciro Gomes está saindo do prumo da luta política", diz Tarso Genro

Militante por uma unidade do campo progressista para lutar pela superação do bolsonarismo, o ex-ministro critica rumos escolhidos por Ciro. Ele também comentou sobre a CPI da Covid e a chacina no Rio

(Foto: Divulgação)
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Rede Brasil Atual - Para o ex-ministro da Justiça Tarso Genro, a CPI da Covid tem potencial para levantar documentos para comprovar que o governo do presidente Jair Bolsonaro adotou ações deliberadas para facilitar a disseminação do novo coronavírus no Brasil. Na sua avaliação, os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich deram contribuições importantes que apontam para a responsabilização direta de Bolsonaro pela catastrófica condução diante da pandemia. Por outro lado, ele classificou o depoimento do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, como “covarde”. Em entrevista ao programa Bom para Todos, da TVT, Tarso Genro lamentou também a postura hostil ao PT adotada pelo ex-ministro Ciro Gomes, na busca por se construir como candidato de “terceira via”.

“O pior depoimento, o mais covarde, foi o do ministro atual, Marcelo Queiroga, que não disse coisa com coisa na CPI da Covid. Ele não assume nenhuma responsabilidade”, disse Tarso, . De acordo com o ex-ministro, Queiroga tentou vender a imagem de uma “figura técnica“, que não teria relações políticas com Bolsonaro. Mas essa seria uma “fraude elementar”, que “nem o político mais primário aceitaria”. “Quando ele vem a público dizer que não tem nada que ver com os erros do Bolsonaro, que não tem nada que ver com a cloroquina, ou com aquilo que ocorreu em Manaus, ele está dizendo que veio para proteger o presidente. E para proteger a sua própria casca”, afirmou.

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Mandetta, segundo Tarso, buscou recuperar a sua biografia. Ele lembrou que o ex-ministro, além de ter apoiado Bolsonaro na eleição, também foi um dos principais articuladores do golpe do impeachment contra a ex-presidenta Dilma Rousseff. Teich, por sua vez, adotou uma postura mais técnica, o que reforça o peso dos seus argumentos.

Pressão sobre Bolsonaro

O ex-ministro também destacou que PT, Psol e PCdoB entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar Bolsonaro a apresentar um plano com medidas sanitárias e econômicas de combate à pandemia. Um dos autores dessa ação, Tarso afirmou que o governo tem se omitido na garantia do direito à vida e à propriedade, infringindo princípios constitucionais. “O Supremo vai ter que se manifestar. E acho que ele está tentando recuperar, sim, a sua posição de guardião da Constituição. Tomara que a avaliação seja verdadeira”.

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Lula

Tarso também comentou as agendas cumpridas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília nesta semana. O ex-presidente se encontrou com embaixadores, com vistas a melhorar as relações com os países produtores de vacinas e insumos, como China e Rússia. Além disso, também se reuniu com lideranças políticas de diversos partidos. Segundo o ex-ministro, Lula está buscando articular soluções para o Rio de Janeiro, “ponto nevrálgico” para a crise política do país.

Nesse sentido, o ex-presidente se encontrou com os deputados Marcelo Freixo (Psol-RJ), Alessandro Molon (PSB-RJ) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). Além disso, também manteve conversas telefônicas com o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (DEM-RJ). O intuito, segundo Tarso, é estabelecer uma frente política com hegemonia da esquerda, mas que atinja até as formas de centro, para a as eleições do ano que vem.

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“O Rio de Janeiro é onde as elites políticas estão mais deslocadas da realidade política do país. Estão encasteladas em relações grupais que não levam a lugar nenhum. Uma boa parte está submergida no submundo de relações clandestinas que têm que ser extirpadas”, frisou. A chacina cometida pela polícia, que deixou 25 mortos na favela do Jacarezinho, nesta semana, é mais um dos sintomas dessa degradação política, segundo o ex-ministro.

Tarso Genro e Ciro Gomes

Tarso Genro também disse que o pré-candidato Ciro Gomes (PDT-CE) está se distanciando do campo progressista, por conta das reiteradas declarações com duras críticas a Lula e ao PT. “Ciro está escolhendo um outro caminho. Não consegui entender ainda qual é o caminho. Será uma aliança com a centro-direita? A centro-direita não vai aceitar o Ciro. Será uma aliança com o centro? Mas o centro não é único. Não temos um partido orgânico de centro. Então, ele vai ter muita dificuldade para firmar sua posição”.

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Em entrevista ao próprio Tarso Genro, em janeiro, exibida pela TVT, Ciro Gomes dizia que o anti-bolsonarismo une a esquerda e que não confia em alianças com figuras como João Doria nem Luciano Huck. “O resto eu topo”, dizi. Porém, Ciro voltou a afirmar em entrevistas posteriores que num eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro viajaria mais uma vez a Paris, porque “PT nunca mais”. “Tenho respeito pelo Ciro. Gosto dele pessoalmente. Mas acho que ele está saindo do prumo da luta política. Isso pode prejudicar o futuro que ele pode ter como dirigente e como um quadro que vai ajudar a recuperar a Nação brasileira. Espero que ele revise sua posição. E que não vá para Paris. Que fique aqui no segundo turno, para derrotarmos o fascismo, num processo eleitoral justo, respeitado internacionalmente, e que dê legitimidade para o próximo presidente governar”, apelou o ex-ministro.

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