Coalizão Negra por Direitos entrega Carta a Lula na COP27
Grupo pede posição do novo governo pela aprovação e efetividade de diversas medidas de adaptação às mudanças climáticas, como as financiamento, metas, objetivos globais
247 - A Coalizão Negra por Direitos, que reúne mais de 200 organizações, associações, ONGs, coletivos, grupos e instituições do movimento negro, entregou nesta quinta-feira (17), na COP 27, no Egito, uma carta reivindicando ações de combate ao racismo ambiental ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Coalizão defende que o combate ao racismo ambiental seja uma ação transversal e estruturante para o desenvolvimento econômico e sustentável brasileiro. “Nesse cenário, acreditamos na possibilidade do Governo eleito ter o combate ao racismo ambiental como ação transversal e estruturante para o global e nacional desenvolvimento econômico brasileiro”, afirma a Coalizão.
Em trecho do documento, o grupo ainda justifica: “No Brasil, a população negra está diretamente afetada pelos impactos das mudanças do clima nas cidades, e no campo estamos vivendo a emergência climática. Mais de 60% da população negra no país está diretamente impactada pelos eventos extremos do clima devido às condições de moradia, alimentação, saúde, acesso à terra urbana e rural, trabalho e renda, mobilidade e localização…”
A articulação nacional ainda destaca a importância de atuação para adaptação às mudanças climáticas. Segundo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas - IPCC (2022), o maior desafio para alcance das metas de redução dos gases de efeitos estufa (GEE) será reduzir as desigualdades que impactam povos e comunidades tradicionais, trabalhadoras(es), mulheres e crianças nas regiões que vivem, hoje, escala exponencial de aquecimento superficial territorial e aumento das chuvas. Vale lembrar das diversas medidas, como o Plano Nacional de Adaptação e a eliminação das desigualdades raciais, étnicas, de gênero e geracional e mecanismos de financiamento de perdas e danos.
“É o que nos coloca na reivindicação e participação na equipe de transição e gestão do Ministério do Meio Ambiente, que se fortalece na missão de transversalizar a política climática, ambiental e gestão de águas na gestão pública da União”, destaca o documento. “Não haverá Justiça Climática sem Justiça Racial no Brasil”, finaliza.
Entre as organizações signatárias do documento estão Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Instituto de Referência Negra Peregum, Associação de Pesquisa IYALETA - Pesquisa, Ciências e Humanidades, Articulação Negra de Pernambuco, CRIOLA, Instituto Marielle Franco, Movimento Negro Unificado Nacional (MNU) e Uneafro Brasil.
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