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Com Bolsonaro, desmatamento em áreas indígenas é o maior em 11 anos

Desmatamento em áreas indígenas na Amazônia cresceu quase três vezes mais do que na região entre agosto de 2018 e julho de 2019, com 42,6 mil hectares desmatados, maior número desde o biênio 2007-08, segundo estudo preparado pela ONG Instituto Sócioambiental (ISA) com base em dados do Inpe

(Foto: Foto: Agência Brasil)
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Lisandra Paraguassu, Reuters - O desmatamento em áreas indígenas na Amazônia cresceu quase três vezes mais do que na região como um todo entre agosto de 2018 e julho de 2019, com 42,6 mil hectares desmatados, maior número desde o biênio 2007-08, quando os levantamentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) passou a permitir a análise das áreas de reserva.

Os dados estão em um estudo preparado pela organização não-governamental Instituto Sócioambiental (ISA) com base nos dados do Prodes, sistema do Inpe que monitora por satélite o desmatamento da Amazônia. Em 2019, o Prodes mostrou que o desmatamento geral na Amazônia no mesmo período foi de 9.762 quilômetros quadrados —ou 976,2 mil hectares.

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O desmatamento nas áreas indígenas representa apenas 4,2% do total da perda de floresta na Amazônia, mas o levantamento mostra um aumento acentuado no último ano, vindo já de um crescimento considerável entre 2017 e 2018.

Os dados do Prodes permitem a análise do desmatamento em áreas protegidas —reservas indígenas e unidades de conservação— apenas desde 2008. Os dados deste ano são os maiores desse período.

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O desmatamento em áreas indígenas vinha caindo consistentemente desde 2008, quando ficou pouco acima de 30 mil hectares. Em 2014, ponto mais baixo dos últimos 11 anos, ficou pouco acima de 5 mil hectares, mas subiu nos anos seguintes. Em 2017 chegou a 11 mil, mas pulou para quase 25 mil hectares em 2018. Este ano, alcançou o maior valor da série histórica, uma alta de 174% em relação à média entre 2008 e 2018.

De acordo com o estudo, a grilagem de terras, o garimpo ilegal e o roubo de madeira praticados por invasores seguem como os principais vetores do desmatamento nessas áreas, além da abertura de novas áreas para obras de infraestrutura.

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Apesar do desmatamento crescente, as reservas indígenas, assim como as unidades de conservação, ainda conseguem manter a maior parte da sua cobertura vegetal intacta.

O ISA analisou 207 de 424 reservas na Amazônia. Nessas, apenas 1,3% dos 78 milhões de hectares foi desmatado e a grande maioria das reservas perdeu menos de 10% das suas florestas nativas. No entanto, 20% já perderam quase metade de sua cobertura florestal e 5% praticamente não a possuem mais.

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Das 10 áreas identificadas como maiores alvos de desmatamento este ano, as seis primeiras ficam no Pará, outras duas em Rondônia, uma em Mato Grosso e a 10ª, em Roraima.

Na área de Ituna/Itatá, ao sul de Altamira (PA), o desmatamento chegou a 12 mil hectares entre 2018 e 2019, mais de 600% a mais do que no período anterior. Este ano, fiscais do Ibama encontraram uma pista de pouso de mais de dois quilômetros de extensão, além de construções e árvores já serradas prontas para serem transportadas.

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A segunda reserva com maiores problemas de desmatamento, Apyterewa, em São Félix do Xingu (PA), teve um crescimento de 333% no desmatamento. No início deste ano, o governo federal chegou a enviar homens da Força Nacional de Segurança para retirar invasores da terra indígena.

Na semana passada, mais um líder indígena da etnia Guajajara, conhecida por proteger a floresta de invasores, foi assassinado no Maranhão. Este ano, sete líderes indígenas foram mortos. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, o maior número em 11 anos.

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Ambientalistas criticam o governo do presidente Jair Bolsonaro e apontam o discurso adotado por ele de defesa de uma maior exploração econômica da Amazônia como um dos responsáveis pela alta do desmatamento da floresta.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também é alvo de críticas pelo que organizações não-governamentais e também representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) classificam de desmonte de mecanismos de fiscalização na área ambiental.

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