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“Conspiração internacional para derrubar o PT começou em 2012”, diz Guido Mantega

Ex-ministro da Fazenda avaliou que o golpe contra Dilma Rousseff, em 2016, foi resultado de um processo que teve início em 2012, quando o lucro dos bancos brasileiros foi reduzido por conta de políticas de incentivo aos bancos públicos. Assista na TV 247

Guido Mantega (Foto: WILSON DIAS/ABR)

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247 - O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, em entrevista à TV 247, avaliou que a derrubada do PT do poder em 2016, através do golpe contra Dilma Rousseff, foi resultado das políticas dos governos petistas que levaram à redução das margens de lucro do grande capital, nacional e internacional.

“Em 2011, começamos a interferir na entrada de capital volátil. Taxamos o mercado de derivativos, que é onde a coisa pega, onde se tem um conjunto grande de investimentos. Então, os capitais que vinham aqui, com a vida fácil, ganhar todo esse lucro, passaram a não ter mais esse lucro. Compramos uma briga com cachorro grande, com os grandes fundos internacionais e o capital financeiro internacional”, disse Mantega.

A conspiração pela derrubada de Dilma, segundo o ex-ministro, teve início quando os bancos públicos passaram a ganhar competitividade em relação aos bancos privados, cujos lucros caíram. “Depois, em 2012-2013, começamos a atacar o spread dos bancos. Liberamos os bancos públicos para colocar mais crédito na economia com juros menores, fazendo concorrência. Os bancos privados baixaram o spread a contragosto. Fizemos inclusive uma campanha contra as tarifas dos bancos, que eram enormes no Brasil”, lembrou.

“Isso trouxe popularidade para Dilma. Ela estava melhor avaliada até que Lula, a não ser o primeiro período. Agora, isso nos custou uma luta política que nos desgastou. Começou a ter matérias na The Economist e no Financial Times criticando a nossa gestão, dizendo que estávamos intervindo. Eles estavam respondendo aos interesses do grande capital internacional. E os bancos locais também ficaram possessos com as nossas atividades, porque foi a primeira vez que o lucro deles começou a cair. Os bancos brasileiros tinham lucros maiores até que os bancos americanos, proporcionalmente”.

A conspiração foi bem-sucedida, de forma que em junho de 2013 campanhas antipetistas financiadas por grupos estrangeiros já começavam a se espalhar pela internet. “Então, essa festa meio que acabou. Derrubamos isso. É claro que os bancos são importantes. O financiamento é importantíssimo, sem ele a produção e o consumo não sobrevivem. Mas foi aí que começou o nosso desgaste. A partir de 2012, se inicia uma conspiração internacional para nos derrubar, porque estávamos pisando nos calos. Em 2013, já se tinha uma campanha na internet. Não percebemos o poder que a internet já tinha naquela época, com grupos americanos financiando aqui no Brasil os grupos de direita. Em junho de 2013, após as manifestações, a popularidade da Dilma caiu 30%”, completou Guido Mantega.

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