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Brasil

Consulta Popular racha ao definir apoio à candidatura Lula

Enquanto a minoria do movimento, que reúne diversas lideranças de esquerda, quer fazer um apoio crítico ao ex-presidente, a maioria tem a candidatura de Lula como central na estratégia para derrotar o fascismo

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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247 - O Consulta Popular, que reúne diversas lideranças e grupos de esquerda atuantes em movimentos como MST, Levante Popular da Juventude, Movimento Negro, entre outros, sofreu uma divisão política que nesta terça-fiera (14) resultou numa nota assinada por 567 militantes e convocação de assembleia popular.

Enquanto a minoria do movimento quer fazer um apoio crítico ao ex-presidente Lula em 2022, a maioria, cuja composição inclui diversas lideranças de esquerda e movimentos sociais importantes, tem a candidatura como central na estratégia para derrotar o golpismo e o bolsonarismo. 

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O manifesto com mais de 500 assinaturas representa a maioria do grupo, que descreve que a divisão interna existe há “pelo menos quatro anos e rompeu o princípio democrático fundamental, que é a aplicação das decisões aprovadas pela maioria da organização, comprometendo a unidade de ação”.

“Houve uma ruptura com a organização por parte dos companheiros e companheiras que compõem essa fração minoritária”, diz ainda o manifesto. “Já existem duas organizações com profundas diferenças de concepção tática, política de alianças, programa e estratégia, atuando sob o mesmo nome. Também foram rompidas as relações de confiança, o que inviabiliza a unidade partidária”, completa o texto.

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Leia a íntegra:

Manifesto por uma Assembleia Nacional de Lutadoras e Lutadores do Povo!

Subscrevem 567 militantes

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Vivenciamos um mundo em transição. A atual crise do imperialismo, ao mesmo tempo que desnudou a incapacidade do neoliberalismo responder às demandas econômicas e sociais, também provocou profundas transformações no mundo do trabalho, favorecendo o fortalecimento da extrema-direita e do fascismo no cenário político mundial. 

Diante da crise, o imperialismo amplia sua ofensiva sobre a América Latina com o objetivo de derrotar a qualquer custo governos progressistas, implantar uma condição neocolonial sobre as nossas economias e impedir qualquer projeto nacional soberano. Tal cenário foi aprofundado dramaticamente com a pandemia da Covid-19, onde tivemos mais de 1,5 milhão de mortos em nosso subcontinente latinoamericano. 

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As experiências populares que têm conseguido resistir e superar as diversas tentativas de golpe e invasão militar, não à toa, foram as de Cuba, Venezuela e Bolívia, onde a organização popular é combinada com uma estratégia de poder adequada ao nosso momento histórico. O golpe que sofremos em 2016 e a eleição de Bolsonaro, evidenciaram as fragilidades do conjunto da esquerda brasileira, ao mesmo tempo colocou a necessidade de resistirmos ao avanço do neofascismo. 

Por isso, identificamos a importância da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, para derrotarmos a extrema-direita e acumularmos forças para a construção de um projeto nacional de desenvolvimento que abra espaço para luta em torno das reformas estruturais em nosso país.

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O cenário complexo e de defensiva impactou profundamente a nossa organização, a Consulta Popular. No decurso do nosso processo assemblear, diferenças inicialmente acerca da aferição da correlação de forças evidenciaram divergências de conteúdo estratégico, programático e do tipo de organização necessária para a Revolução Brasileira. 

Esse processo não se resume a diferenças de ideias, mas à constituição de uma fração que passou a praticar uma disputa com todas as características de uma luta interna sem qualquer respeito às deliberações das instâncias. Isso já está absolutamente evidente para o conjunto de construtores e construtoras dessa organização.

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Essa fração vem promovendo a divisão interna há pelo menos quatro anos e rompeu o princípio democrático fundamental, que é a aplicação das decisões aprovadas pela maioria da organização, comprometendo a unidade de ação. Houve uma ruptura com a organização por parte dos companheiros e companheiras que compõem essa fração minoritária.

Já existem duas organizações com profundas diferenças de concepção tática, política de alianças, programa e estratégia, atuando sob o mesmo nome. Também foram rompidas as relações de confiança, o que inviabiliza a unidade partidária. Rejeitamos a proposta de atuar em uma seita dogmática, desconectada da realidade nacional e dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. Não faz sentido permanecermos juntos na mesma organização.

Nós, militantes que atuamos cotidianamente na construção da Consulta Popular e que atuamos nos movimentos populares - como no Levante Popular da Juventude, no Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos, na Rede de Médicos e Médicas Populares, no Movimento de Mulheres Camponesas, no Movimento de Pequenos Agricultores, no Movimento Camponês Popular, no Movimento pela Soberania Popular na Mineração, no Movimento dos Atingidos por Barragens, no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, no Movimento Negro, no Movimento Feminista, na Comunicação Popular e nos mais diversos sindicatos - decidimos-nos pela separação da fração minoritária, a abertura de um processo justo e democrático de transição e a construção de uma Assembleia Nacional dos Lutadores do Povo, convocada pelos que assinam este manifesto. 

Queremos construir uma organização que incida na luta de classes, combinando  estrategicamente as diversas formas de luta, que seja parte importante da luta feminista, antirracista e antiLGBTfóbica, e lutando pela transformação estrutural da sociedade brasileira. 

Temos consciência que somos uma parcela da vanguarda que hoje se encontra dispersa em diversos partidos e movimentos de esquerda.

Queremos construir uma organização ampla, capaz de aglutinar o maior número de lutadores e lutadoras comprometidos com o Projeto Popular para o Brasil, colocando no centro da estratégia a luta pelo poder político. 

A partir da relação dialógica com os movimentos populares, sindicais e contribuir para a formação de militantes nas diversas organizações do povo brasileiro, defendemos aproveitar as possibilidades de disputa das instituições para fortalecer a organização popular. Apreendemos o marxismo como uma tradição aberta, anticolonial e avessa ao doutrinarismo, pautada no primado de que a prática é a medida que demonstra a justeza da teoria e portanto precisa ser criativa e adequada à realidade brasileira. 

Uma organização política que acredita que o caminho para o socialismo no Brasil passa pela construção de uma revolução democrática, popular e anti-imperialista, que viabilize reformas democráticas, nacionais e populares que já são parte da construção do socialismo no Brasil e que não se efetivaram nos processos da Independência, da Abolição e da construção da República.

Por fim, queremos convidar a militância da Consulta Popular e os lutadores e lutadoras do povo que concordam com a necessidade de refundação da organização, ou seja, na necessidade de superarmos as lacunas estratégicas da Consulta Popular e aprofundar as relações com o campo democrático e popular, a caminharem conosco nesse processo. Reafirmamos o nosso compromisso com a construção dos movimentos populares e das diversas lutas de interesse da classe trabalhadora.Comprometemos-nos com um debate fraterno e honesto sobre os atuais desafios da esquerda brasileira, reivindicando o legado histórico da Consulta Popular.

Os desafios são imensos, exigindo por parte dos que têm compromisso  com a Revolução Brasileira e a construção do Projeto Popular para o Brasil, a ousadia de lutar por um país justo, soberano e socialista! 

Viva o Projeto Popular para o Brasil!🚩🇧🇷

Pátria Livre, Venceremos!🚩🇧🇷

Brasil,14 de dezembro de 2021.

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