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Brasil

Cortes de verbas do governo Temer ameaçam pesquisa no Brasil, diz SBPC

Para o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, o setor de pesquisas no Brasil está sob forte ameaça decorrente do corte de verbas determinado pelo governo Michel Temer e que, apesar da defasagem, ainda sofreu contingenciamento de 44%; "Programas estratégicos, conduzidos nos institutos nacionais de pesquisa e em universidades, correm sério risco. Dos 252 existentes, apenas 101 têm sido contemplados", afirma; segundo ele, mesmo tecnologias que o país já domina, como vacinas, por exemplo, podem vir a ser sucateadas a ponto de inviabilizar a produção

Rio de Janeiro - Ildeu de Castro Moreira, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), durante lançamento da campanha de mobilização pública: Conhecimento sem Cortes (Tânia Rêgo/Agência (Foto: Paulo Emílio)
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Por Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual - O estrangulamento da rede federal de ensino superior e de institutos de pesquisa por meio de cortes no orçamento já defasado, para beneficiar o mercado financeiro privilegiado pela política de Michel Temer (PMDB) está levando o país a um franco retrocesso. E mesmo tecnologias que o país já domina há tempos, como vacinas, por exemplo, podem vir a ser sucateadas e a ponto de inviabilizar a produção. E o país voltará a ser totalmente dependente de tecnologia estrangeira, mais cara, e seguirá na contramão de países avançados que investiram no setor como saída para a crise.

É o que teme o novo presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, que tomou posse na última quinta-feira (20). Físico, professor e pesquisador do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele participou dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff à frente do Departamento de Popularização e Difusão da C&T do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação de 2004 a 2013.

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Segundo Ildeu, o orçamento deste este ano, defasado, que sofreu ainda contingenciamento de 44%, é de R$ 2,5 bilhões e corresponde a 25% do orçamento de 2010. E com a Emenda Constitucional 95/2016, que congela investimentos federais em saúde, educação, ciência e tecnologia, entre outras áreas estratégicas, o panorama é desanimador.

Reportagem da TVT

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"Programas estratégicos, conduzidos nos institutos nacionais de pesquisa e em universidades, correm sério risco. Dos 252 existentes, apenas 101 têm sido contemplados. A expectativa é dramática porque está em risco a continuidade de pesquisas. Muitos jovens que estão se formando ou vindo de especialização não têm onde ingressar", disse.

O desafio da SBPC, segundo ele, é reverter esse quadro por meio do descontingenciamento dos recursos e de melhorar o orçamento de 2018 – uma luta sobretudo política. E assim conseguir retomar o trabalho que vinha sendo feito.

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"O Brasil reagiu de maneira rápida ao surto de microcefalia causado pelo zika vírus porque tem competência científica em várias áreas, como vacinas, por exemplo. Competência que vinha sendo estimulada nos últimos anos, quando a ciência produzida no país aumentou, assim como o número de doutores e de pesquisas publicadas literatura científica internacional."

A entidade criada em 1948 e que teve papel de destaque na resistência contra a ditadura civil-militar, com muitos de seus dirigentes presos e exilados, percorre atualmente gabinetes de deputados e senadores em busca de apoio para a derrubada dos cortes orçamentários.

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Além da questão de financiamento, Ildeu destacou os ataques à autonomia universitária e lembrou a proposta que descaracteriza totalmente a Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila). Criada no governo de Luiz Inácio Lula da Silva para produzir conhecimento em prol do fortalecimento regional, a universidade está na mira de uma emenda que poderá transformá-la em universidade voltada aos interesses do agronegócio. A proposta inclui a anexação de dois campi da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A assembleia geral da SBPC aprovou moções de repúdio à proposta, bem como de apoio a outras universidades públicas, como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

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