Cresce em 66% durante a pandemia número de crianças que não sabem ler ou escrever
As crianças negras e pobres foram as mais prejudicadas
247 - Cresceu em 66% durante a pandemia o número de crianças de 6 e 7 anos que não sabem ler ou escrever, de acordo com nota técnica do Todos Pela Educação, divulgada nesta terça-feira (8), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE.
Em 2019, o contingente era de 1,4 milhão de crianças nesta situação. Em 2021, o número passou para 2,4 milhões.
Em situações de normalidade, aos 7 anos a criança deve estar encerrando seu ciclo de alfabetização. "A alfabetização é o alicerce de uma trajetória escolar de sucesso e quanto mais cedo, melhor. Um aluno que não consegue se alfabetizar bem tem a sua trajetória prejudicada pelo resto da vida", diz Olavo Nogueira Filho, diretor executivo do Todos Pela Educação.
Os números mostram ainda diferença entre crianças negras e brancas. As negras que não sabem ler ou escrever somam 44,5% - um aumento de 16,3 pontos percentuais em relação a 2019 - enquanto as brancas somam 35,1% - um aumento de 14,8 pontos.
Há também diferença entre as crianças de famílias ricas e pobres. O percentual dentre as mais pobres subiu de 33,6% em 2019 para 51% em 2021. Dentre as crianças mais ricas, o aumento foi de 11,4% para 16,6%.
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