Culto às armas e discurso da violência contribuíram para tragédia em escola
Para especialistas de diversas áreas, a tragédia registrada em uma escola em Suzano, na Grande São Paulo, nesta quarta-feira (13), foi resultante de uma mistura que envolve a valorização de armas como forma de resolução de conflitos, o acesso ao armamento e, ainda, a retórica do discurso político que alimenta a cultura da violência
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247 - Para especialistas de diversas áreas, a tragédia registrada em uma escola em Suzano, na Grande São Paulo, nesta quarta-feira (13), foi resultante de uma mistura que envolve a valorização de armas como forma de resolução de conflitos, o acesso ao armamento e, ainda, a retórica do discurso político que alimenta a cultura da violência.
"Há um contexto político, um discurso que alimenta conflitos, o uso da violência. Tudo isso contribui para esse clima", disse a antropóloga Alba Zaluar ao jornal O Globo. Para ela, o acesso a armas "tem que ser discutido de forma mais séria". Os dois jovens que invadiram a escola e mataram dez pessoas, entre alunos e funcionários, estavam armados com um revólver calibre .38, machadinhas, coquetéis molotov e uma balestra.
Para o antropólogo e ex-capitão do Bope, Paulo Storani , "o problema é muito mais grave do que armar ou não a população. Para ele, a discussão sobre o acesso a armas de fogo neste momento é uma questão "ideológica".
"Estamos falando de um ambiente de falta de respeito à vida do outro". "É uma tolice, neste momento, discutir a ferramenta utilizada antes de investigar a motivação por trás daquilo", ressaltou.
Já o presidente do Instituto de Criminalística e Ciências Policiais da América Latina (Inscrim), José Ricardo Bandeira, avalia que é necessário que é preciso investigar como os jovens tiveram acesso às armas e criar uma legislação mais rigorosa sobre artefatos, como as machadinhas e as balestras.
"Arco e flecha e machado são equipamentos que você encontra em lojas esportivas ou na internet. E isso, quando cai em mãos erradas, causa problemas", disse. "Caberia a cada estado uma legislação que restringisse esses artefatos", completou.
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