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Defesa de Lula lamenta “posição política” de secretária de Temer

Recurso do ex-presidente apresentado à ONU "não questiona a independência do Poder Judiciário Brasileiro, mas violações a garantias fundamentais que não foram paralisadas até o momento, após o manejo de todos os incidentes processuais e recursos disponíveis", rebatem os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, em nota; o argumento é uma resposta à posição da secretária dos Direitos Humanos, Flávia Piovesan, contrária à peça e à declaração dela de que "o Judiciário é imparcial" no Brasil

Recurso do ex-presidente apresentado à ONU "não questiona a independência do Poder Judiciário Brasileiro, mas violações a garantias fundamentais que não foram paralisadas até o momento, após o manejo de todos os incidentes processuais e recursos disponíveis", rebatem os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, em nota; o argumento é uma resposta à posição da secretária dos Direitos Humanos, Flávia Piovesan, contrária à peça e à declaração dela de que "o Judiciário é imparcial" no Brasil (Foto: Gisele Federicce)
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247 - Os advogados do ex-presidente Lula Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins lamentam, em nota, o que consideram ser uma "posição política" da secretária dos Direitos Humanos do governo Temer, Flávia Piovesan, que se posicionou de forma crítica ao recurso apresentado pela defesa de Lula ao Comitê de Direitos Humanos da ONU.

Em entrevista ao jornalista Jamil Chade, do Estado de S. Paulo, ela disse que o argumento da defesa de Lula de que o Judiciário é parcial "não se sustenta". "No Brasil, temos independência do Judiciário, há ampla defesa, contraditória, há duplo grau e, portanto, o que o juiz Moro decidiu foi mantido em boa parte, mas também foi revisitado em alguns casos", afirmou.

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Segundo os advogados, que citam afirmação da própria secretária em defesa dos direitos humanos em sua obra, o recurso apresentado à ONU, porém, "não questiona a independência do Poder Judiciário Brasileiro, mas violações a garantias fundamentais que não foram paralisadas até o momento, após o manejo de todos os incidentes processuais e recursos disponíveis".

Leia a íntegra da nota:

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Em relação à entrevista concedida pela Secretária de Direitos Humanos, Dra. Flávia Piovesan, ao jornalista Jamil Chade, de O Estado de S.Paulo ("Secretária de governo Temer rebate queixa de Lula na ONU – 14/09/2016), com considerações sobre o Comunicado apresentado no dia 28/07/2016 ao Comitê de Direitos Humanos da ONU em favor do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ("Comunicado"), esclarecemos, na condição de advogados subscritores da citada peça que:

1 – O Comunicado expôs, com base em sólida prova, violação aos artigos 9, 14 e 17, do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, promulgado pelo Decreto nº 592/1992, em virtude dos seguintes atos praticados pelo Juízo da 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba: (i) privação da liberdade do ex-Presidente Lula em 04/03/2016, por cerca de 6 horas, por meio de condução coercitiva sem previsão legal; (ii) publicação de áudios e relatórios e de conversas interceptadas de ramais usados por Lula, seus familiares e colaboradores; (iii) interceptação telefônica dos advogados de Lula e posterior publicação de parte dos áudios e relatórios da conversas interceptadas; (iv) violação da garantia da presunção de inocência em virtude de pré-julgamentos e até mesmo atos de acusação por parte do juiz da causa; (v) perda da imparcialidade do julgamento, dentre outros;

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2- Tais atos, segundo a interpretação internacional do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos — que o Brasil se obrigou a cumprir desde 1992 — configuram inequívocas violações às garantias fundamentais previstas nesse Diploma, não havendo, ainda, remédio eficaz para paralisar tais violações no Brasil, após o manejo de todos os incidentes e recursos disponíveis;

3 – Dessa forma, o Comunicado não questiona a independência do Poder Judiciário Brasileiro, mas violações a garantias fundamentais que não foram paralisadas até o momento, após o manejo de todos os incidentes processuais e recursos disponíveis;

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4 – A Dra. Flávia Piovesan defendeu em obra doutrinária ("Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional", Saraiva, 16ª. edição) que "O processo de universalização dos direitos humanos traz em si a necessidade de implementação desses direitos, mediante a criação de uma sistemática internacional de monitoramento e controle – a chamada 'internacional accountability" (p. 243). Na mesma obra a Dra. Flavia defende a "prevalência dos direitos humanos, como principio fundamental" (p. 107), com a utilização de "parâmetros globais" que "transcendem e extrapolam o domínio reservado do Estado ou a competência nacional exclusiva" (p. 71).

5 – Respeitamos e concordamos com a jurista Flávia Piovesan; lamentamos, por outro lado, a posição política defendida pela Secretaria de Direitos Humanos do Governo, contrária à sistemática internacional de monitoramento e controle dos direitos humanos.

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Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins

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