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Brasil

Desmatamento no Brasil cresce 67% até julho, enquanto governo ataca dados

O sistema de monitoramento do Inpe registrou destruição de 2.255 km² na Amazônia em julho, mais do que o triplo do mesmo mês de 2018; área é a maior registrada pelo Inpe nos últimos anos, e corresponde ao território de Luxemburgo

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BRASÍLIA (Reuters) - O desmatamento na Floresta Amazônica saltou em cerca de 67% nos primeiros sete meses de 2019, de acordo com dados preliminares da agência de pesquisa espacial brasileira, que é atacada pelo governo como enganadora e prejudicial aos interesses nacionais. 

O sistema de monitoramento registrou destruição de 2.255 quilômetros quadrados na Amazônia em julho, mais do que o triplo do mesmo mês de 2018, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). A área é a maior registrada pelo Inpe nos últimos anos, e corresponde ao território de Luxemburgo. 

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Ambientalistas e pesquisadores culpam a retórica de desenvolvimento econômico do presidente Jair Bolsonaro pelo encorajamento de madeireiros, fazendeiros e mineiros ilegais, que aumentaram suas atuações desde que ele tomou posse em janeiro. 

Bolsonaro criticou veementemente os dados do Inpe e exonerou na última sexta-feira o diretor da agência por conta do que chamou de “mentiras” que afetam negociações comerciais do país. 

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“Uma notícia como essa que não condiz com a verdade causa um estrago muito grande na imagem do Brasil” , disse Bolsonaro em entrevista coletiva na semana passada. 

Os cientistas independentes e ambientalistas do instituto, no entanto, defendem que os dados são precisos. O diretor exonerado Ricardo Galvão disse à  Reuters no sábado que continuava defendendo os números que demonstravam um aumento “inegável” do desmatamento. 

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Devido à ocorrência de nuvens e outros fatores, o desmatamento registrado num mês pode ter acontecido em um mês anterior, disse o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na semana passada. Na coletiva com Bolsonaro, o ministro sugeriu que as discrepâncias tornam impossível confiar nos dados. 

Salles disse que o desmatamento deveria ser medido apenas com dados mais exatos anuais, publicados na chamada série de dados Prodes, em vez dos da Deter, que possui resposta rápida e é atualizada quase diariamente. 

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Mas a comparação entre períodos mais longos de tempo - os primeiros sete meses do ano, por exemplo - virtualmente elimina receios sobre quando de fato o desmatamento aconteceu, disse Tasso Azevedo, coordenador da iniciativa geográfica MapBiomas. 

A MapBiomas é uma colaboração entre universidades, organizações sem fins lucrativos, e empresas de tecnologia para monitorar o desmatamento, e usa diferentes fontes de dados, incluindo os números do Inpe. 

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Azevedo classifica as críticas do governo aos dados do sistema Deter como “sem base”, e estima que a precisão esteja em mais de 90 por cento. 

Os aumentos bruscos em dados de resposta rápida corresponderam consistentemente com um aumento nos dados do final do último ano, acrescentou. 

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De fato, os dados anuais do Prodes sempre mostraram piores dados de desmatamento do que os dados detectados pelo Deter na última década. 

“Por que Salles passa tanto tempo tentando dizer que os alertas aconteceram antes ou depois, quando ele podia usar esse tempo para tomar algum tipo de ação?”, disse Azevedo. “Em vez de indicar o que eles estão fazendo para reduzir o desmatamento, eles criticam os dados”. 

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