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Brasil

Doria é pressionado a demitir Kassab antes da posse

Gilberto Kassab, indicado para ser o "gerentão" do governador eleito de São Paulo, João Doria, pode ser a primeira baixa do Bandeirantes, sem sequer tomar posse; Doria está em maus lençóis, apostava muitas fichas em Kassab, alvo de uma barulhenta operação de busca e apreensão em seu apartamento em São Paulo na manhã desta quarta; ele é acusado de receber "mesada" de R$ 350 mil quando era prefeito; a PF encontrou R$ 300 mil em dinheiro vivo; "É um dos melhores articuladores políticos do país, senão o melhor", disse Doria ao anunciá-lo para a Casa Civil; e agora?

Doria é pressionado a demitir Kassab antes da posse (Foto: Fotos: PSD)
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José Reinaldo Carvalho, editor do 247, para o  Jornalistas pela Democracia  - A operação de busca e apreensão pela Polícia Federal no apartamento de Gilberto Kassab na manhã desta quarta-feira (19) em São Paulo coloca o governador eleito João Dória num impasse. Vai manter os rasgados elogios que fez a Kassab há um mês, quando anunciou-o como futuro chefe da Casa Civil e homem forte de seu governo? "É um dos melhores articuladores políticos do país, senão o melhor", derramou-se Doria em novembro.

Agora, os dotes de articulador de Kassab talvez não o salvem do incêndio da operação da PF. Ele é acusado pelos delatores da JBS de receber mesada de R$ 350 mil quando era prefeito de São Paulo (cargo que ocupou entre 31 de março de 2006 e 1 de janeiro de 2013). Na manhã de hoje, os policiais acharam nada menos que R$ 300 mil em dinheiro vivo em seu apartamento -é pouco perto dos R$ 51 milhões de seu ex-colega de Ministério Temer, Geddel Vieira Lima, mas é uma pequena fortuna. As pessoas comuns que vivem de seu trabalho e aplicações não guardam essa dinheirama em casa.

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Não é este o único problema de Kassab no front jurídico. Em setembro ele virou réu por ter recebido, segundo denúncias, 21 milhões de reais da Odebrecht como caixa 2, para a campanha eleitoral de 2008 à Prefeitura de São Paulo.

Dória está em maus lençóis, pois apostava muitas fichas em Kassab. Naquele momento, a nomeação gerou mais uma dentre as tantas controvérsias no ninho tucano e da direita de São Paulo, com a criação do movimento #KassabNão entre eleitores do próprio Dória. A cada postagem do tucano em suas redes sociais, enxurrada de pessoas que se dizem eleitoras do futuro governador externava mal-estar com a confirmação de Kassab no secretariado.

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O momento político em São Paulo é turbulento, a menos de duas semanas da posse. O próprio Dória é alvo de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral, da Procuradoria Regional Eleitoral que pode em tese resultar na cassação do diploma e na inelegibilidade, por suposto uso eleitoral de verbas publicitárias da Prefeitura de São Paulo, comandada por ele até abril deste ano.

Outro detalhe revelador das contradições no establishment paulista é que o ministro do STF que autorizou a operação policial contra Kassab na manhã desta quarta-feira foi ninguém menos que Alexandre de Moraes, que já foi secretário de Kassab durante sua passagem pela Prefeitura de São Paulo e rompeu com ele.

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Kassab é um típico representante do oportunismo dos políticos da classe dominante. Reacionário de quatro costados, foi destacado dirigente do antigo PFL, depois DEM. Com o declínio desse partido, Kassab criou em 2011 outro agrupamento de direita, o PSD, que apresentava aos incautos como de "centro". Assumiu o comando da cidade de São Paulo em março de 2006 pois era foi vice-prefeito de José Serra (PSDB-SP), que deixou o cargo para concorrer às eleições para governador do estado. Kassab já foi um serrista de carteirinha e esteve a serviço dos ambiciosos e fracassados planos presidenciais de José Serra.

Seu oportunismo e capacidade de adaptação levou-a integrar também o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, como ministro das Cidades, o que resultava também da política de alianças pragmática do PT no exercício do governo. Ficou no governo Temer e planejava um voo para o ninho Doria.

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Pode ter sido abatido em pleno voo pela ação da PF.

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