Douglas Belchior: pandemia expõe o apartheid
O historiador e professor Douglas Belchior comparou a situação das camadas mais ricas da sociedade, que procuram apartamentos maiores para comportar o novo estilo de trabalho - o home office -, e as mais pobres, que se arriscam nas ruas para manter a economia funcionando. Assista na TV 247
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247 - O historiador, professor e cofundador da Uneafro Douglas Belchior, militante do movimento negro em São Paulo, conversou com a TV 247 sobre o abismo social que a pandemia de coronavírus escancara no Brasil.
Repercutindo a notícia de que a procura no mercado imobiliário por apartamentos maiores cresceu, devido interesse de camadas mais ricas por locais mais confortáveis para suportar o home office, Douglas lembrou das classes mais pobres do País, que se arriscam em trabalhos nas ruas para se sustentarem e, consequentemente, fazer girar a economia.
“Você tem hoje escancaradamente uma dinâmica social de apartheid drástico no meio de uma pandemia. Você tem a classe trabalhadora, os pobres, os pretos, os favelados, os periféricos tendo que produzir para o capital retomar a economia, retomar os lucros, e tem uns setores da sociedade que continuam [em isolamento social]. Eu sou privilegiado, eu trabalho em uma fundação onde nem se discute a volta do trabalho físico, mas a maioria, meus familiares e meus vizinhos, não. Não tem explicação, é bárbaro o que nós estamos vivendo”, afirmou.
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