Drauzio: SUS foi a maior revolução da saúde no Brasil
Em um discurso para comemorar o jubileu de ouro de sua formatura em medicina pela USP, o médico Drauzio Varella defendeu a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) como "uma conquista definitiva e um processo em andamento"; para ele, a sua geração "esteve à frente da maior revolução da história da medicina brasileira: a criação do Sistema Único de Saúde"; "Apesar das desigualdades sociais revoltantes, dos desmandos predatórios de representantes políticos que elegemos e da parte de nossa elite financeira mancomunada com eles, levamos a medicina aos quatro cantos do Brasil", completou
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247 - Em um discurso para comemorar o jubileu de ouro de sua formatura em medicina pela USP, o médico Drauzio Varella defendeu a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) como "uma conquista definitiva. E um processo em andamento". No discurso, proferido no mês passado, ele ressalta que a sua geração "esteve à frente da maior revolução da história da medicina brasileira: a criação do Sistema Único de Saúde. Na Constituição de 1988, escrevemos "Saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado".
"A despeito da demagogia do slogan que não garante os meios para cumprir tal dever e infantiliza o cidadão, ao retirar dele a responsabilidade de cuidar da própria saúde, foi de fato uma revolução. Nenhum país com mais de 100 milhões de habitantes ousou oferecer saúde gratuita a todos, sem exceção", destacou.
"Hoje, somos 207 milhões. Apesar das desigualdades sociais revoltantes, dos desmandos predatórios de representantes políticos que elegemos e da parte de nossa elite financeira mancomunada com eles, levamos a medicina aos quatro cantos do Brasil, tarefa anteriormente impensável num país de dimensões continentais", ressaltou.
"Apesar de todas as deficiências, desorganização, uso político, corrupção e demais desmandos do SUS, no curto espaço de 30 anos implementamos o maior programa gratuito de vacinações, de transplantes de órgãos e de tratamento da infecção pelo HIV, do mundo inteiro. Nosso programa de saúde da família, que cobre a maior parte do país, é considerado pelos organismos internacionais um dos dez mais importantes da saúde pública mundial", afirmou o médico.
Apesar disso, ele critica a falta de recursos para o SUS. "Os recursos disponíveis à saúde suplementar e ao SUS expõem a desigualdade brasileira: mais de R$ 137 bilhões para cuidar de 50 milhões de beneficiários dos planos de saúde, contra cerca de R$ 240 bilhões destinados aos 150 milhões dos que dependem exclusivamente do SUS", observou.
"Quando penso nessas contradições e nos desafios sociais que nós enfrentamos nos últimos 50 anos vem a certeza de que fomos muito privilegiados. De um lado, cada um a sua maneira, ajudamos a levar a assistência médica ao país inteiro. O SUS é um projeto em construção a ser aprimorado pelos que hoje estudam no grande número de faculdades espalhadas sem critério reconhecível pelo país afora. Estudando em escolas medíocres, estarão à altura desse desafio?", questionou.
Leia a íntegra do discurso.
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