Eduardo Bolsonaro será representante do pai e não do Brasil, diz Peter Hakim
Na avaliação do americano Peter Hakim, que estuda América Latina há mais de três décadas, se confirmada a indicação de Eduardo, ele será um representante do pai, e não do Brasil
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247 - A repercussão da notícia dada pelo presidente Jair Bolsonaro que disse cogitar indicar o seu filho para ocupar o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos continua negativa dentro e fora do Brasil.
Na avaliação do americano Peter Hakim, que estuda América Latina há mais de três décadas e é presidente emérito do think tank Inter-American Dialogue, sediado em Washington, se confirmada a indicação de Eduardo, ele será um representante do pai, e não do Brasil.
Em entrevista à BBC Brasil, o brasilianista Peter Hakim diz que o esperado de um embaixador é representar não apenas o presidente da República, mas o conjunto de instituições de um país.
"Ele será um representante do pai dele e não do país. Um país é mais que a Casa Branca ou o Palácio do Planalto. Há o Congresso, governadores...", afirma.
Para Hakim, a indicação expõe ainda mais o governo as críticas de nepotismo. "O jovem Bolsonaro não tem experiência e treinamento para ser embaixador nos Estados Unidos", avalia.
Outro especialista ouvido pela reportagem diz que a indicação "obviamente afeta a reputação do país".
"É uma notícia muito ruim para a maneira como o Brasil é visto. O fato de o presidente colocar seu próprio filho é uma coisa meio de República das Bananas", afirmou o professor de Relações Internacionais Oliver Stuenkel, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que o movimento.
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