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Brasil

Em carta, Fernando Morais pede que Marta Suplicy mude voto pró-golpe

Escritor Fernando Morais publicou em sua página no Facebook uma carta pedindo que a senadora Marta Suplicy (PMDB), que foi uma das fundadoras e atuou por 33 anos nos quadros do PT, que não siga a orientação do PMDB e vote "não" na sessão do Senado que decidirá se o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff deverá ou não ter prosseguimento; em seu "apelo", escritor pede que "não permita que, pela primeira vez, eu me arrependa de ter votado na senhora"; em outra postagem, Fernando Morais comentou a "suspensão da censura" que sua página na rede social havia sido submetida no último domingo (17), dia da votação da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados

Escritor Fernando Morais publicou em sua página no Facebook uma carta pedindo que a senadora Marta Suplicy (PMDB), que foi uma das fundadoras e atuou por 33 anos nos quadros do PT, que não siga a orientação do PMDB e vote "não" na sessão do Senado que decidirá se o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff deverá ou não ter prosseguimento; em seu "apelo", escritor pede que "não permita que, pela primeira vez, eu me arrependa de ter votado na senhora"; em outra postagem, Fernando Morais comentou a "suspensão da censura" que sua página na rede social havia sido submetida no último domingo (17), dia da votação da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados (Foto: Paulo Emílio)
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O escritor Fernando Morais publicou em sua página no Facebook uma carta pedindo que a senadora Marta Suplicy (PMDB), que foi uma das fundadoras e atuou por 33 anos nos quadros do PT, que não siga a orientação do PMDB e vote "não" na sessão do Senado que decidirá se o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff deverá ou não ter prosseguimento.

Apresentando-se apenas como "um eleitor que não apenas lhe destinou o voto, mas comprometeu-se publicamente com várias de suas candidaturas, particularmente à Prefeitura de São Paulo e ao Senado", Fernando Morais diz que "mais que um pedido, faz um apelo" à senadora.

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"Nos próximos dias a senhora terá que decidir, na condição de Senadora, sobre matéria de extrema gravidade: a tentativa de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Imagino que ao longo de sua já longa e exitosa vida pública a senhora jamais tenha deparado com tamanha responsabilidade. Entendo que a senadora possa ter divergências de fundo com a administração Dilma Rousseff, mas, democrata que é, a senhora sabe que o melhor remédio para um mau governo é apeá-lo pelas urnas. Assim como a senhora deve saber que a presidente não cometeu crime de responsabilidade e que, portanto, não pode, pela Constituição Federal, ser submetida a processo de impeachment", escreveu.

Ao fim do texto, o escritor diz o que espera de Marta Suplicy. "Não permita que, pela primeira vez, eu me arrependa de ter votado na senhora", finaliza.

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Censura

O escritor Fernando Morais havia tido a sua conta no Facebook supensa no último domingo (17), dia da votação da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados. Segundo o escritor, "um diretor do facebook me ligou para informar que a censura tinha sido imposta a partir de uma denúncia de postagem de nudez. Respondi que eu não postei nada referente a nudez. ele explicou que o fato teria ocorrido no começo de 2015 e provavelmente terá sido provocado por um spam", postou.

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"A explicação não me convenceu, mas como se tratava de pessoa polida e gentil – e como, na verdade, eu estava mesmo interessado era em poder voltar ao ar – aceitei assim mesmo a revogação da censura é, estou certo, resultado da gritaria feita aqui mesmo, no facebook. não fosse isso, eu iria penar um mês de silêncio obsequioso", escreveu em seguida.

Veja a íntegra da carta de Fernando Morais à senadora Marta Suplicy.

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São Paulo, 19 de abril de 2016

Senhora Senadora:

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Quem lhe escreve esta carta pública é um eleitor que não apenas lhe destinou o voto, mas comprometeu-se publicamente com várias de suas candidaturas, particularmente à Prefeitura de São Paulo e ao Senado. Fiz isso de acordo com minha consciência e espontaneamente, sem que ninguém tivesse solicitado meu apoio.

Nunca lhe pedi nada em troca. Nem para mim nem para quem quer que fosse. Ao contrário, como a senhora deve se recordar, razões de natureza pessoal me levaram a recusar dois honrosos convites que a senhora me dirigiu. O primeiro para ser Secretário da Educação do Município de São Paulo, em 2001, e o segundo para dirigir a Casa de Ruy Barbosa, órgão do Minc, em 2012. Não me esqueci também de que foi a senhora quem realizou um velho sonho meu, ao desapropriar a Casa da Rua Buri, em São Paulo, onde Sérgio Buarque de Holanda produziu parte expressiva de sua obra e onde viveu, por longos anos, o compositor Chico Buarque.

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Chegou, no entanto, a hora de lhe fazer um pedido. Mais que um pedido, um apelo. Nos próximos dias a senhora terá que decidir, na condição de Senadora, sobre matéria de extrema gravidade: a tentativa de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Imagino que ao longo de sua já longa e exitosa vida pública a senhora jamais tenha deparado com tamanha responsabilidade. Entendo que a senadora possa ter divergências de fundo com a administração Dilma Rousseff, mas, democrata que é, a senhora sabe que o melhor remédio para um mau governo é apeá-lo pelas urnas. Assim como a senhora deve saber que a presidente não cometeu crime de responsabilidade e que, portanto, não pode, pela Constituição Federal, ser submetida a processo de impeachment.

Senhora Senadora: sou apenas um eleitor perdido entre os 8.314.027 paulistas que a escolheram para representar este estado no Senado. Mas é com a força desse voto solitário que lhe peço: vote não. Pelo Brasil e por mim, que ajudei a elegê-la. E por sua biografia, que não pode ser maculada, a esta altura, com a pecha de golpista, de alguém que se associou ao que há de mais deletério da política nacional.

Não permita que, pela primeira vez, eu me arrependa de ter votado na senhora.

Muito obrigado,

Fernando Morais

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