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Brasil

Empresário brasileiro critica Macron e diz que ele precisa estudar geografia

Empresário da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) diz que o presidente francês Emmanuel Macron, "precisa estudar geografia" e não conhece a produção de soja brasileira

Emmanuel Macron (Foto: Reuters)
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Sputnik - Na terça-feira (12), o presidente francês, Emmanuel Macron, teceu comentários polêmicos sobre a soja brasileira e o desmatamento no país. Para discutir a questão, a Sputnik Brasil conversou com presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), que vê intenções políticas na fala de Macron.

O presidente francês, Emmanuel Macron, publicou em suas redes sociais comentários sobre a dependência da soja do Brasil, afirmando que depender da produção brasileira estimula o desmatamento da Amazônia e indicando que deve diminuir o volume de compras do produto brasileiro.

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Em resposta, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que chefia o Conselho da Amazônia, declarou em entrevista coletiva que o mandatário francês desconhece a produção de soja brasileira, acrescentando que a cultura do grão na região da Amazônia é "ínfima". Em nota publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a fala de Macron também foi rebatida, salientando o papel da legislação ambiental brasileira e acusando o presidente francês de produzir "desinformação".

Para o empresário José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a visão do vice-presidente brasileiro é adequada e o comentário de Macron não condiz com a realidade.

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"Se você considerar que o Brasil é o maior produtor mundial de soja, o presidente da França não saber onde é produzida a soja brasileira fica muito estranho. Basicamente ele precisa aprender um pouquinho mais de geografia para que possa dar uma declaração que tenha conteúdo técnico", afirma o empresário em entrevista à Sputnik Brasil.

Em 2020, o Brasil exportou US$ 27,1 milhões (cerca de R$ 140 milhões) em soja para a França, além de outros US$ 544 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) em farelo de soja. Dados do ano anterior, publicados pela Embrapa, mostram que o Brasil exportou US$ 26,1 bilhões (cerca de R$ 135 bilhões) em soja na safra 2019/2020 e US$ 5,9 bilhões (cerca de R$ 30 bilhões) em farelo de soja no mesmo período.

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Na Europa, os países que mais importam a soja brasileira são os Países Baixos e a Espanha - que só perdem para a China no quadro geral de países importadores do produto brasileiro. O empresário José Augusto de Castro aponta que o volume francês de importação da soja brasileira mostra que Macron teve intenções estritamente políticas com o comentário.

"Se fosse um grande importador de soja do Brasil, tudo bem. Mas, no ano de 2020, o Brasil exportou 83 milhões de toneladas e a França comprou do Brasil 27 mil toneladas. Ou seja, nada, absolutamente nada. Em termos de estatística mundial, nada", aponta Castro.

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O Brasil é hoje o maior produtor de soja do mundo, tendo ultrapassado neste ano os Estados Unidos, o antigo maior produtor do grão. A soja é também o principal produto de exportação do Brasil. Para o presidente da AEB, a liderança brasileira no setor continuará por um longo período.

"Pelo menos por dez anos o Brasil vai continuar liderando a produção mundial [de soja] atendendo a crescente demanda internacional e fazendo com que o Brasil mais e mais seja reconhecido internacionalmente como um país competente em termos de produção de soja", conclui.

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