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Brasil

"Enem é mais uma vítima do teto de gastos", diz Mercadante sobre possível adiamento do exame

Imprensa havia noticiado nesta quinta-feira a possibilidade de remarcação do exame por falta de orçamento e tempo hábil. O Inep negou a informação

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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247 - O ex-ministro da Educação e presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, divulgou nota nesta quinta-feira (13) afirmando ser um "desrespeito" o adiamento do Enem 2021 para janeiro de 2022.

Matéria veiculada pelo G1 nesta quinta-feira indicava a possibilidade de remarcação do exame por falta de orçamento e tempo hábil. Mais tarde, o Inep afirmou que o Enem 2021 não está prejudicado.

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Para Mercadante, o exame é "mais uma vítima do teto de gastos". "Chega a ser cruel", afirma.

"O Enem é o grande caminho de oportunidades e o instrumento mais republicano de acesso à educação superior no Brasil. O adiamento da prova para o ano que vem compromete programas como o ProUni, o Sisu, a Lei de Cotas e o Fies, já que a nota do exame é o critério de acesso a essas políticas", destaca o ex-ministro.

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Leia a nota na íntegra:

O Enem é mais uma vítima do teto de gastos

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São gravíssimos os recentes acontecimentos no Ministério da Educação do governo Bolsonaro. A redução orçamentária de 37% das despesas discricionárias ameaça o funcionamento das universidades e institutos federais, com impacto direto no pagamento de despesas como água, luz e segurança. Diversas instituições ficarão em situação financeira precária e já informaram que podem parar no segundo semestre do ano.

Não menos grave é a Portaria 68/2021, que extinguiu os conceitos 6 e 7 de avaliação nos cursos de pós-graduação. Na prática, tal portaria nivela nossa pós-graduação por baixo ao igualar instituições de excelência e instituições medianas. 

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No Inep, não bastasse a censura de um estudo que comprova os impactos positivos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e os indícios de fraude na apuração de irregularidades no Enade 2019, o que está ameaçado agora é o Enem. A remarcação do exame para janeiro do ano que vem é uma completa falta de compromisso e de respeito com os milhões de estudantes, que estão em um momento tão decisivo da vida. Chega a ser cruel. Também desorganiza completamente o calendário pedagógico do ensino médio e o planejamento das universidades, que dependem das matrículas para organizar o calendário acadêmico. 

O Enem é o grande caminho de oportunidades e o instrumento mais republicano de acesso à educação superior no Brasil. O adiamento da prova para o ano que vem compromete programas como o ProUni, o Sisu, a Lei de Cotas e o Fies, já que a nota do exame é o critério de acesso as essas políticas.  Mais do que um programa, o Enem é a esperança de milhões de brasileiros e de brasileiras, que Bolsonaro está despedaçando. 

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É inevitável dizer que essa manobra do governo do Bolsonaro com o Enem não deixa de ser uma pedalada fiscal e uma pedalada educacional. Bolsonaro transformou o  Enem em mais uma vítima do teto de gastos e da ortodoxia fiscal.

Por isso, lutaremos com todos os instrumentos democráticos possíveis, seja por meio do Congresso Nacional ou do judiciário, para assegurar a realização dessa fundamental política pública de acesso à educação superior.

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Neste momento de crise, a educação deveria ser preservada como grande estratégia nacional para alavancar o futuro do país e nos ajudar a superar a crise. A educação não pode esperar e os milhões de brasileiros e brasileiras que ousam sonhar com um curso universitário e um futuro melhor também não. 

Aloizio Mercadante é ex-ministro da Educação

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