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Brasil

Ernesto Araújo proíbe que diplomatas no exterior recebam notícias da imprensa brasileira

Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro, estabelece censura inédita na história do Brasil: diplomatas no exterior não irão mais receber notícias da imprensa brasileira. O clipping do Itamaraty agora é feito apenas com notícias da mídia estrangeira sobre o Brasil.

Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
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Reuters - O Itamaraty suspendeu, por determinação do ministro Ernesto Araújo, o envio de notícias veiculadas na imprensa nacional aos postos diplomáticos no exterior para subsidiar o trabalho dos diplomatas brasileiros, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

O trabalho, feito diariamente pela assessoria de imprensa do órgão, servia para auxiliar os diplomatas no exterior com as informações sobre o que ocorre no Brasil. Com a decisão, o chamado clipping só é feito com notícias de veículos internacionais que trabalham no Brasil.

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De acordo com uma das fontes, não foi dada qualquer explicação aos diplomatas quando o material deixou de chegar aos postos no exterior.

“Agora temos que trabalhar sem as informações publicadas pela imprensa brasileira. Só nos chega o clipping de publicações estrangeiras”, disse.

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Os postos diplomáticos têm verba específica para assinatura de jornais do local onde estão localizados, mas não de jornais brasileiros.

A razão por trás da decisão, segundo uma das fontes, seria a insatisfação do chanceler Ernesto Araújo com a cobertura dos veículos brasileiros sobre a política externa encabeçada pelo ministro.

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Araújo utilizou as redes sociais no fim de semana para rebater artigo assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os ex-chanceleres Aloysio Nunes Ferreira, Celso Amorim, Celso Lafer, Francisco Rezek e José Serra, o ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero e o ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, Hussein Kalou, publicado pelos grandes jornais brasileiros.

No texto, os autores dizem estar preocupados com “a sistemática violação pela atual política externa dos princípios orientadores das relações internacionais do Brasil” definidos na Constituição, a subserviência aos Estados Unidos e o que chamam de custos de difícil reparação à imagem brasileira, com “desmoronamento da credibilidade externa, perdas de mercados e fuga de investimentos.”

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Em duas séries de mais de uma dezena de publicações, o chanceler chamou o ex-presidente e ex-ministros de “paladinos da hipocrisia” e “figuras menores” que deveriam aprender com o atual governo como se defende a Constituição.

“Se querem implementar de novo seus falidos projetos de política exterior para servir a um sistema de corrupção e atraso, muito bem. Apresentem esse projeto ao povo e disputem uma eleição. Não fiquem usando a Constituição como guardanapo para enxugar da boca da sua sede de poder”, escreveu.

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De acordo com uma segunda fonte, o clipping interno do Itamaraty já havia sido modificado desde o ano passado. Quando o presidente Jair Bolsonaro determinou a suspensão da assinatura da Folha de S.Paulo, o jornal —que tem a maior circulação do país— foi retirado da seleção de notícias.

Em seguida, o gabinete do ministro ordenou a assinatura de sites de apoio a Bolsonaro, que passaram a ser incluídos no clipping do ministério.

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Procurado, o Itamaraty informou em nota que a seleção nacional de notícias está suspensa desde o dia 4 de março, para reavaliação de sua elaboração.

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