Especialistas rebatem ministro da Saúde e dizem que sem o SUS a Covid já teria matado 1 milhão de pessoas
Especialistas rechaçaram declarações do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atribuindo aos problemas do SUS a responsabilidade pela crise sanitária. Desleixo do governo Bolsonaro é a principal causa da dimensão que a pandemia tomou no país
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247 - Especialistas rebateram como absurda e inconcebível a declaração do ministro Marcelo Queiroga, que atribuiu nesta quarta-feira (26) aos problemas do SUS a responsabilidade pelo descontrole do governo Bolsonaro da crise sanitária no país. Segundo esses profissionais, Queiroga mostrou "desconhecimento" da importância e do alcance do sistema público de saúde.
A declaração de Queiroga foi dada em audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. Na fala, ele disse que parte dos resultados negativos da pandemia "decorre das carências do nosso sistema de saúde".
Segundo especialistas citados em reportagem do UOL, mesmo combalido por consecutivas reduções de verba, o SUS funcionou bem como uma rede de proteção, garantindo a pessoas pobres com covid-19 um atendimento em hospitais. Queiroga foi criticado por não ter acompanhado o que ocorreu desde o início da pandemia. "O que a gente assistiu foi a presença do SUS, que fez com que essas mais de 450 mil mortes não fossem 1 milhão, por exemplo", afirma a epidemiologista Ana Brito, que também é pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em Pernambuco.
O SUS completou 30 anos em setembro de 2020. Ele foi criado pela Constituição de 1988, ampliando os serviços públicos de saúde a todos os brasileiros —antes restrito apenas aos trabalhadores com carteira assinada.
Atualmente, 7 em cada 10 brasileiros dependem exclusivamente do SUS para tratamento, segundo dados do IBGE —o que significa cerca de 150 milhões de pessoas.
A importância do SUS pode ser constatada em números de atendimentos durante a pandemia. Somente entre maio de 2020 e março de 2021, o SUS pagou pelo tratamento em hospitais de 735 mil pessoas com covid-19. Não há dados de quantos pacientes se internaram de forma particular ou por planos de saúde.
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