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Evangélicos votaram em FHC, Lula e Bolsonaro por acreditarem que eles seriam a nova política, diz professora da USP

De acordo com Jacqueline Moraes Teixeira, antropóloga e pesquisadora do grupo de mulheres da Universal do Reino de Deus, os evangélicos viram nestes nomes lideranças que romperiam o status quo e significavam uma mudança na política brasileira. “A política que funciona tem que ser disruptiva, tem que romper com a estrutura anterior”, afirmou. Assista na TV 247

Lula, Jair Bolsonaro, Fernando Henrique Cardoso e Jacqueline Moraes Teixeira (Foto: ABr | Divulgação)
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247 - A antropóloga, pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e professora da USP Jacqueline Moraes Teixeira falou à TV 247 sobre a participação dos evangélicos no processo de eleição dos últimos presidentes brasileiros.Ela explicou que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula foram eleitos pelo mesmo motivo que Jair Bolsonaro, pela crença da sociedade, em particular os evangélicos, de que estes representariam governos “disruptivos”, ou seja, que romperiam o status quo e seriam algo diferente do que já se havia visto no poder. “Tem uma necessidade aí de pensar uma concepção de que a política que funciona tem que ser disruptiva, tem que romper com a estrutura anterior. Talvez seja aí o ponto que une toda essa segmentaridade de movimento”, disse.

“Foi isso que fez o voto evangélico eleger Fernando Henrique Cardoso na década de 90, porque era essa experiência de um governo disruptivo, de um governo que ia romper com Collor, ia romper com todas as questões da ditadura e um governo que apostava em uma redemocratização e uma redemocratização com uma linguagem neoliberal, porque era totalmente fundamentada nas privatizações. Foi essa mesma sensação que fez com que essa população apostasse no Lula em 2002, porque o Lula era esse poder disruptivo, que iria romper com toda a dimensão e o aprofundamento da desigualdade que o governo Fernando Henrique construiu e que apostou nisso durante vários anos. É exatamente essa mesma percepção que vai necessariamente apostar no Bolsonaro. Não por ser bolsonarista especificamente, mas fundamentalmente por essa promessa de disrupção, porque o governo Bolsonaro, a campanha bolsonarista foi uma campanha que se construiu exatamente nessa expectativa de que ‘nós vamos reconstruir, vamos construir uma política que não é corrupta, que não tem nada a ver com o que a gente já teve anteriormente e que vai necessariamente garantir direito para quem de fato precisa ter direito’, que é essa ideia de cidadão de bem”, afirmou.

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Jacqueline ainda explicou o motivo pelo qual a ideia do “cidadão de bem” atrai tanto a população evangélica e pobre do país. Para essas pessoas, segundo a pesquisadora, ser um “cidadão de bem” é tudo que lhes resta. “Se tem uma coisa que as teologias pentecostais e que a nossa própria estrutura religiosa, que é pensada no colonialismo, traz, é essa necessidade de que para quem tem um histórico e uma existência à margem da sociedade e à margem de todas as concepções de Estado, ser reconhecido como cidadão de bem é a única possibilidade de se existir. E é isso que as igrejas, de alguma maneira, garantem. Foi isso que fez que se construísse uma adesão e uma aposta no governo Bolsonaro, aposta que está se fragmentando, e se fragmentando exatamente por conta desse processo que faz com que as pessoas percebam que é mais do mesmo”.

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