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Família não recebe seguro e Ifood desativa conta de entregador por 'má conduta' após morte

Família de Yuri de Souza Fontes afirma não ter recebido qualquer valor três meses após morte do entregador durante serviço pelo aplicativo de delivery, segundo o Intercept

Família não recebe seguro e Ifood desativa conta de entregador por 'má conduta' após morte (Foto: Divulgação)

247 - Três meses após a morte de Yuri de Souza Fontes, 24, por acidente de moto durante uma entrega pelo aplicativo Ifood no dia 15 de maio, a seguradora contratada pela empresa ainda se nega a pagar o seguro de vida à família do entregador, segundo o portal The Intercept Brasil.

Em abril, a empresa havia divulgado novas coberturas no seguro para entregadores parceiros, que incluíam proteção especial para mulheres, cobertura para educação de filhos de entregadores em caso de acidente fatal, auxílio funeral de R$ 5 mil e suporte com o programa Recomeço para Famílias. Antes disso, o Ifood já oferecia coberturas para acidentes pessoais, morte acidental, invalidez temporária e lesão temporária.

O irmão de Yuri, Yago, afirma que a família não conseguiu entrar em contato com o Ifood a tempo para receber o auxílio-funeral e que a seguradora negou o seguro de vida prometido. Ao Intercept, o Ifood afirmou que isso ocorreu porque o “entregador parceiro” utilizava uma conta “com parte dos dados cadastrais atribuídos a terceiros”. Ainda de acordo com o Ifood, tal "situação irregular infringe os termos de uso da plataforma e inviabiliza a cobertura do seguro."

Segundo a família da vítima, Yuri havia criado um perfil alternativo na plataforma para contornar os bloqueios arbitrários e sem justificativa razoável que o Ifood corriqueiramente promove, de acordo com a reportagem. A conta que o entregador usava quando se acidentou estava no CPF de sua namorada.

Dois dias após o acidente, tanto sua conta principal quanto a conta com o CPF de sua namorada estavam bloqueadas. A família de Yuri entrou com recurso para desbloquear a conta principal no dia 21 e, cinco dias depois, receberam como resposta do Ifood a desativação definitiva da conta com a justificativa de “má conduta dentro da plataforma”.

A reportagem do Intercept acrescenta que a família foi orientada a procurar diretamente a seguradora MetLife. A seguradora, então, alegou que negou o pagamento do seguro de vida porque "não houve comprovação de que o acidente ocorreu durante uma rota de entrega da iFood" e que "o iFood não pagou o prêmio (valor pago pelo segurado para ter acesso à proteção)." O não pagamento do prêmio não foi explicado pelo Ifood à reportagem.

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