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Forças Armadas e PMs viraram partido ad hoc de Bolsonaro, adverte coronel Marcelo Pimentel

“Isso faz parte do plano deles. É uma narrativa que tem por finalidade mantê-los no poder. Essa anarquia tira o foco da crise real”, disse o coronel da reserva aos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva no programa Sua Excelência, O Fato

Marcelo Pimentel Jorge (Foto: Reprodução | Marcos Corrêa/PR)
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247 - Coronel da reserva, punido em 2019 com advertência e repreensão por ter escrito dois tuítes que tiveram apenas duas curtidas, nos quais já alertava para a bolsonarização do Exército, o oficial de inteligência Marcelo Pimentel Jorge de Souza esteve no progra Sua Excelência, O Fato da manhã desta sexta-feira (4) e fez uma análise profunda e impactante da anarquia instalada nas Forças Armadas a partir da ausência de punição ao general Eduardo Pazuello. “Nenhuma vivandeira, dessa vez, foi incomodar os nossos bivaques. Foi o Exército Brasileiro que decidiu ser protagonista da política. Tanto por atos notórios, quanto por atos que não eram percebidos com tanta facilidade”, disse ele aos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva. “O Alto Comando do Exército, que são os 17 generais que integram o colegiado, devia ter punido o general Pazuello, está praticamente inteiro no governo, ou esteve até outro dia. Dos 17 generais que compõem o Alto Comando, ao menos 15 estão ou estiveram ocupando cargos na administração direta desse governo".

O coronel Marcelo Pimentel adverte que deixar o Brasil capturado por uma “crise militar” em meio à pandemia e à CPI do Genocídio, que apura a inépcia do governo justamente no combate ao coronavírus e a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro da Saúde general Pazuello no avanço e na trajetória da morte de mais de 470.000 brasileiros, é uma estratégia. “Isso faz parte do plano deles. É uma narrativa que tem por finalidade mantê-los no poder. Essa anarquia tira o foco da crise real”, assegura. Marcelo Pimentel Jorge de Souza prevê uma advertência formal – ou mesmo punição com prisão – para o general Santos Cruz, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, que fez críticas agudas à não punição do ex-ministro da Saúde, e mesmo de uma divergência aberta entre Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão, general da reserva que advoga o imediato desligamento de Pazuello do Exército. “Isso tudo emula a candidatura do general Mourão”, crê o coronel Marcelo Pimentel. “Ou mesmo do Santos Cruz. Eles são membros do ‘Partido Militar’”. Para o oficial de inteligência, os militares apostam na agudização da crise agora para seguirem como alternativa a uma suposta devolução do País à normalidade por meio de um deles surgindo no cenário como salvadores da pátria – aí, já sem a figura do Bolsonaro. Ou seja, o papel do presidente da República já estaria cumprido: anarquizar as Forças Armadas e confundir a cena política para fabricar outra candidatura de extrema-direita e militar.

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Marcelo Pimentel Jorge de Souza diz não entender como seus dois tuítes, com duas curtidas, publicados em 2019 e que diziam estar o Exército se bolsonarizando, que o levaram a receber a punição mesmo já estando na reserva, fazem mais mal à imagem das For Armadas do que a participação do general Eduardo Pazuello em um ato político com Bolsonaro.  “As polícias estão se parecendo com forças armadas e o policial se parece com militar. E vice-versa. Há um excessivo emprego de militares em GLOs (operações de Garantia da Lei e da Ordem). As Forças Armadas viraram um partido ad hoc do presidente Bolsonaro”, diz ele.

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