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Brasil

Frota: Bolsonaro traiu a direita que foi às ruas contra a corrupção

Deputado federal Alexandre Frota, que foi expulso do PSL após críticas ao governo, concedeu entrevista à TV 247 e falou sobre a máquina de fake news do bolsonarismo, a influência dos filhos no governo, o despreparo de Bolsonaro para o cargo e o que ele considera como traições do atual chefe do Planalto. Assista

Deputado Alexandre Frota diz que Bolsonaro traiu a direita (Foto: Agência Câmara)
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247 - Criticado pela esquerda e pela direita, depois de ter transformado o governo de Jair Bolsonaro em seu principal alvo de ataques, o deputado federal Alexandre Frota, hoje no PSDB, concedeu entrevista à TV 247 nesta sexta-feira 18, na qual chamou Bolsonaro de traidor da direita, contou que teve sua expulsão do PSL pedida pelo próprio presidente e afirmou que todas as crises se iniciam com os filhos. Frota falou também sobre a máquina de fake news do bolsonarismo e o despreparo do político para governar o Brasil.

Crises começam com os filhos

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Segundo ele, diversos parlamentares do PSL já o procuraram para comentar conflitos com a família. “É o seguinte: as crises sempre começam pelos filhos, todas as crises. Foram os filhos que, junto com essa cúpula que vive no Palácio, tiraram o Santos Cruz, tiraram o Bebianno, me afastaram e pediram ao Bolsonaro minha cabeça e ele pediu ao Luciano Bivar [presidente do PSL]. Vou te falar que 99% do PSL tem problema com os filhos, mas não tem coragem de falar. Tem uns que não tem problemas porque, aconteça o que acontecer, eles vão continuar idolatrando e ponto final, não adianta. Mas a maioria dos deputados e deputadas do PSL já conversaram comigo diversas vezes, em diversas ocasiões e falavam para mim: ‘tá difícil. O Flávio se mete, o Carlos se mete, o Eduardo falou isso, o Eduardo é ciumento, o Eduardo é olho grande, é fura fila e não sei o que’, mas ninguém chega na hora e fala a verdade, todo mundo fica amigo na hora”, disse.

Frota também confirmou que a vontade de Jair Bolsonaro é dar tudo para os filhos. “Bolsonaro quer atender os filhos, ele mesmo que falou. Se ele acha que são gênios eu não sei, mas ele já falou várias vezes que ele prefere dar filé mignon e que se ele puder fazer para os filhos o melhor possível ele vai fazer”.

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Sobre Eduardo Bolsonaro, Frota o classificou como “mimado” e alguém que “quer tudo de mão beijada”. Ele também criticou uma possível indicação de Eduardo à embaixada nos Estados Unidos. “O Eduardo é o cara mimado, é o garoto que queria uma embaixada de presente de qualquer maneira, é um cara que fala que é policial federal mas é escrevião, não estou diminuindo o escrivão mas não é o cara que mete o pé na porta e vai para cima. É o garoto mimado, ele quer tudo de mão beijada e ‘faz beicinho’ quando não dão a ele”.

“Ele deu uma declaração vergonhosa dizendo que a embaixada ficou para segundo plano, até anteontem era primeiríssimo plano. Ele não tem as credenciais suficientes, o próprio Guga Noblat foi falar em inglês com ele e o Eduardo se atrapalhou. Ele não tem as credenciais, não estudou o suficiente, tem outras pessoas que poderiam estar lá, mas o Bolsonaro disse que prefere dar filé mignon para o filho do que para aqueles que estudaram e que talvez tivessem condição”, acrescentou.

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Em relação a Carlos Bolsonaro, o deputado disse que o acha “bobo” e que por isso não mantém contato com ele. “O Carlos eu pouco falo com ele porque eu acho ele muito bobo, extremamente bobo e eu não falo com ele. Vejo que ele comanda essa movimentação, tanto é que ele pediu desculpas porque assumiu uma bronca porque bateu ruim na rede, mas antes ele não assumia”. Questionado sobre Flávio Bolsonaro, Frota se limitou a dizer que “o Flávio tem todo esse rolo aí”.

Milícias virtuais e CPI das fake news

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Na entrevista, Frota contou também sobre como se deu sua saída do PSL e os principais atores da máquina de fake news do bolsonarismo, Allan dos Santos e Felipe G. Martins, que estão sempre circulando no Palácio do Planalto. Informou que pretende atuar na CPI das Fake News para que sejam convocados esses dois personagens e ele próprio está "preparando um material" para ajudar na revelação do que acontece nos bastidores das chamadas 'milícias virtuais' que apoiam o governo.

"Você vê hoje um linchamento muito forte nas redes sociais. A Joice [Hasselmann] tem menos de 24 horas que foi tirada do cargo de líder do governo no Congresso e a direita já está chamando a mulher que até ontem tinha a chave do gabinete do Bolsonaro de vadia, puta e piranha. Aí você pega como foi o Santos Cruz, o Bebianno, o [Joaquim] Levy, existe esse processo de linchamento vindo por aquele Herculano Quintanilha, o charlatão chamado Olavo de Carvalho, que comanda esse processo. E o Felipe Martins é uma espécie de Loro José, a voz do Olavo no ouvido do Bolsonaro 24 horas". 

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Bolsonaro é 'traidor e despreparado'

Sem negar que tenha sido eleito na onda bolsonarista - "Ia surfar na onda de quem, do Haddad?" - Frota se disse decepcionado com o governo logo no início do mandato de Bolsonaro, quando "logo apareceu o caso Queiroz já mudou as estruturas". "Eu não conhecia o clã Bolsonaro da maneira como eles se apresentam hoje", disse, tentando descolar sua imagem e negando também qualquer conhecimento sobre as relações da família com milícias.

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A expectativa de Frota e do grupo que foi às ruas, disse o deputado, era que o atual presidente se cercasse de pessoas técnicas e preparadas para governar. "O Bolsonaro não tem conhecimento, não tem cultura, não tem educação, não tem conteúdo para tentar levar o país da maneira como ele quer levar, sozinho nas costas. Então a cadeira ficou grande para ele quando ele lá chegou."

Por conta disso e pela proteção ao filho Flávio, envolvido no escândalo Queiroz, e também por "puxar o tapete" do ministro da Justiça, Sérgio Moro, Bolsonaro traiu a direita que foi às ruas, na opinião de Frota. O motivo para que cerca de 30% ainda apoiem sua gestão é o fato de que "ainda tem muita gente alienada".

Resposta a ofensas e caso do estupro

Frota foi questionado sobre declarações que já deu no passado e processos que respondeu por ofensas, incitação a crimes e outros motivos. A respeito do caso em que admitiu, em um programa do apresentador Rafinha Bastos, na Band, ter cometido um estupro contra uma mãe de santo, reafirmou, como já havia dito em outras entrevistas, se tratar de uma história inventada e pela qual pede desculpas. "Foi uma infelicidade. Já me desculpei publicamente e não tenho problema em fazer isso de novo às religiões afro e às mulheres que se sentiram ofendidas. Foi uma derrapada". Em outro momento, disse não ter "uma borracha" para apagar o passado.

O deputado também comentou a foto tirada com o colega da Câmara David Miranda (PSOL-RJ) na última semana, cuja postagem em seu Twitter causou forte repercussão. No dia seguinte, Miranda disse ter sido "um erro" sua participação numa foto com Frota e pediu desculpas. Para Frota, a postagem foi apenas uma brincadeira com o jornalista Glenn Greenwald, com quem Miranda é casado, por conta de fake news que circulavam dando conta de que Glenn estaria com ciúme da relação entre o marido e Frota. Ele disse entender o pedido de desculpas de David Miranda. "Ele foi pressionado".

Bolsonarismo é pior que a esquerda

Indagado se continua achando Bolsonaro um "mal necessário" para combater a esquerda no país, como dissera durante a campanha, Frota respondeu ter mudado de ideia. "Eu acho o bolsonarismo hoje mais sujo do que a esquerda".

Inscreva-se na TV 247 e assista à entrevista na íntegra:

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