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Brasil

Haddad: “Bolsonaro está sendo mantido com auxílio de aparelhos”

Para o ex-ministro, partidos como MDB, DEM, PP, PTB, além do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), são os responsáveis por ‘darem oxigênio’ a Bolsonaro: “eles estão mantendo ele”. Assista na TV 247

Jair Bolsonaro e Fernando Haddad (Foto: ABr | Marcos Corrêa/PR | Stuckert)
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247 - O ex-ministro, ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente da República Fernando Haddad (PT), em entrevista à TV 247, afirmou não ter expectativas sobre um impeachment de Jair Bolsonaro.

O atual chefe do governo federal, para Haddad, se manterá no cargo até o fim de 2022 com ajuda do Centrão. “O Brasil está ficando pobre, o povo está ficando pobre, mas isso não vale para todo mundo. Quem está do lado dele está bem e quer que ele continue no poder fazendo exatamente o que ele está fazendo. Então eu acho que ele chega em 2022 e chega fragilizado pelos inúmeros erros que cometeu, mas isso não significa que ele não chegue competitivo em virtude dos instrumentos eleitorais que ele usou em 2018 e que ele vai usar em 2022. Então acho que isso está claro”

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Segundo Haddad, partidos como MDB, DEM, PP, PTB, além do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), estão “dando oxigênio” para Bolsonaro. “Ele está no balão de oxigênio há quanto tempo lá já? Eles estão mantendo ele, com auxílio de aparelhos, mas ele está sendo mantido. Agora, quem controla os aparelhos é que a gente precisa se perguntar. Quem é que está mantendo ele ali?”.

Fake news

Haddad chamou a atenção para a possibilidade real de Bolsonaro utilizar em 2022 as mesmas táticas da campanha eleitoral de 2018, isto é, disparos em massa de notícias falsas para desmoralizar a fragilizar os adversários. Para o petista, a chave é buscar quem financia o sistema bolsonarista de disseminação de desinformação. “A eleição de 2018 do Bolsonaro custou muito dinheiro. Nós fizemos uma estimativa da quantidade de disparos por WhatsApp à época, que era livre, e do valor de cada disparo. Gente, você pode pensar que R$ 0,08 é pouco, mas são centenas de milhões de disparos. Se você multiplicar, você vai chegar a cifras de centenas de milhões de reais que foram gastos nesses disparos às vésperas da eleição e que podem acontecer de novo. Quando ele diz isso, ele está dizendo: ‘vou usar os mesmos instrumentos que usei em 2018’. Ele vai usar e vai ter quem financie. Não vai faltar dinheiro sujo, que nem entra no território nacional, para empresas de disparo que não têm sede no Brasil”.

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Fascismo e bolsonarismo

Perguntado sobre a duração do fascismo e do bolsonarismo mediante uma eventual queda de Bolsonaro do poder, Haddad lamentou, mas reconheceu que as duas correntes permanecerão ativas no Brasil. O fascismo, na realidade, para o ex-ministro, sempre esteve presente no território nacional. “Isso sempre existiu no Brasil. Existe fascismo no Brasil desde o descobrimento. Nós fazemos parte dessa história: escravidão, genocídio indígena, violência contra a mulher, do que você imaginar nós somos campeõs mundias de violência. Coloque na mesa uma atrocidade e nós somos líderes nessa atrocidade. O problema é que você tem filtros em uma democracia filtros que de certa maneira inibem uma figura como o Bolsonaro de chegar ao cargo de primeiro mandatário do país. Esses filtros foram todos destruídos pela Lava Jato, pelo PSDB, pelo MDB… Quando você tem uma democracia sem filtros e uma crise medonha, política, moral e econômica, você pode escolher uma figura como o Bolsonaro para presidir a República. Mas nós não podemos nos iludir: o bolsonarismo existia, e a queda desses filtros todos permitiu que alguém vocalizasse aquilo que estava no subterrâneo da sociedade e não encontrava um canal de expressão política. Agora que encontrou, vai ficar”.

Paulo Freire

Na esteira do debate sobre fascismo e diante do centenário de Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira, comemorado neste domingo (19), Haddad falou da importância do educador para a educação mundial e repudiou os ataques de bolsonaristas a ele. “Está entre os maiores nomes da educação mundial. As pessoas botam o Paulo Freire do lado de [Jean] Piaget, do lado de [Lev] Vygotsky. É com eles que ele convive. A relação ensino-aprendizagem nunca mais foi a mesma depois que ele escreveu ‘Pedagogia do Oprimido’. A relação educando-educador mudou radicalmente a partir das reflexões dele. (...) Quando atacam o Paulo Freire, garanto que nunca leram uma linha de Paulo Freire. Ele [Bolsonaro] fala das ‘quatro linhas da Constituição’ porque acho que eles chegam até a quarta linha de qualquer coisa que lhe caia às mãos. Não dá. É gente muito ignorante. Eu garanto que nem o ministro da Educação leu Paulo Freire, nenhum dos quatro ministros da Educação do Bolsonaro”.

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