Índios questionam falta de empenho na investigação do assassinato de liderança Waiãpi
Representantes da aldeia Waiãpi questionam o empenho das autoridades brasileiras na investigação da morte de Emyra Waiãpi , um dos líderes da comunidade indígena; "Explicamos tudo, mas eles não pareciam interessados em ajudar a gente", denunciou Asurui Waiãpi
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247 - Representantes da aldeia Waiãpi questionam o empenho das autoridades brasileiras na investigação da morte de Emyra Waiãpi , um dos líderes da comunidade indígena, informa a Época.
Os agentes federais deslocados até a aldeia, segundo os índios, não demonstraram interesse nos relatos apresentados por eles sobre os invasores que seriam responsáveis pelo crime.
“Nós estávamos lá e a polícia chegou. Então mostramos os sinais da invasão para eles: o chão onde eles deixaram marcas de sapato e o cerrado em que eles abriram caminhos para poder entrar e sair. Os invasores abriram três caminhos, e explicamos para a polícia para que eles servem. Os policiais não se interessaram muito em seguir a gente nesses caminhos. Explicamos tudo, mas eles não pareciam interessados em ajudar a gente. E isso nos preocupou muito, pois tínhamos achado que eles tinham vindo para ajudar a localizar [os invasores]. Mostramos essa preocupação para eles. Eles não deram importância”, disse Asurui Waiãpi, um dos integrantes da aldeia.
No sábado (27), garimpeiros invadiram a aldeia de Waiãpi, localizada em Pedra Branca do Amapari, Amapá, e assassinaram Emyra Waiãpi, liderança indígena do local. A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a morte nesta terça-feira (30).
A alta comissária para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu ao governo de brasileiro de Jair Bolsonaro que reconsidere sua proposta de abrir mais áreas da Amazônia para mineração. Em um comunicado, Bachelet disse que a morte do indígena é um "sintoma perturbador do crescente problema de invasão de terras indígenas - especialmente florestas - por garimpeiros, madeireiros e fazendeiros no Brasil".
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