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Brasil

José Dirceu diz que debate de alguns presidenciáveis mostra limites da unidade da esquerda com centro-direita

Para o ex-ministro, candidatos de centro-direita convergem com a esquerda neste momento “no que diz respeito à questão democrática”. As questões econômica e social dividem os campos

José Dirceu e Fernando Haddad, João Doria, Eduardo Leite, Ciro Gomes e Luciano Huck (Foto: Divulgação)
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 247 - O ex-ministro José Dirceu, um dos principais líderes do PT, comentou em artigo para o site Poder360 o debate “Desafios do Brasil“, do Brazil Conference at Harvard & MIT, organizado pela comunidade de estudantes brasileiros de Boston (EUA),

 que reuniu alguns presidenciáveis. Para  Dirceu, “o debate entre os presidenciáveis para estudantes estadunidenses mostrou que há consenso no que diz respeito à questão democrática. Os caminhos se bifurcam no que se refere às alternativas para se atingir o crescimento do país, gerar emprego e renda, reduzir as desigualdades, desmontar os mecanismos que levam à uma concentração monumental da renda”.

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Participaram do encontro Fernando Haddad, Ciro Gomes, João Doria, Eduardo Leite e Luciano Huck, no último dia 17.

Leia os principais trechos do artigo:

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Ficou claro o que nos une e nos separa. Pelas notícias veiculadas esteve ausente do debate a desigualdade social e como superá-la.

Há sempre a unidade retórica contra o autoritarismo de Bolsonaro, mas pouco se fala do caráter militar de seu governo e do papel das Forças Armadas na nossa história recente. Relevante também foi a denúncia da politização das Polícias Militares e das ameaças à democracia, arroubos golpistas, ataques as instituições e tentativas de mobilizar suas milícias e bases contra o STF, o Congresso Nacional.

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A questão democrática pode e deve ser um ponto de união entre os líderes que participaram: Ciro Gomes, João Doria, Eduardo Leite, Fernando Haddad e Luciano Huck. Mas não há como fugir da necessidade de desmilitarizar o governo, o GSI e devolver ao Ministério da Defesa seu caráter civil. E de reformar o Ministério Público e o Judiciário.

Outro ponto sempre presente é a educação e inovação, alvos constantes de ataques e desmontes pelo governo Bolsonaro. Haddad, que foi ministro da Educação, foi claro: Bolsonaro, ao atacar a cultura e a educação, ataca a liberdade e a democracia. (...)

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Ciro e Haddad destacaram o papel decisivo e mais do que necessário e urgente do Estado e dos investimentos públicos. Na contramão do mundo, estamos insistindo na austeridade fiscal, no teto de gastos, regra de ouro e, agora, independência do BC e constitucionalização de regras fiscais recessivas e irracionais dado os ciclos econômicos e as crises sociais e políticas e, mesmo, naturais como a pandemia.

Doria e Eduardo Leite se posicionaram à direita, na linha ortodoxa e liberal do governo Bolsonaro dirigida por Paulo Guedes. A insistência no aumento dos juros para combater a inflação é um erro e o tempo tem provado que, além de não resolver o deficit e a dívida publica, derruba a demanda, a arrecadação com o subproduto do aumento dos gastos com os juros da dívida pública, num círculo vicioso.

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É bom lembrar que seus partidos sustentam a política econômica de Guedes e Bolsonaro e lhe dão maioria no Congresso junto com o chamado centrão. No passado foram eleitores de Bolsonaro, alguns até mesmo no 1º turno. Essa observação vale também para os que falam em mudanças no modelo econômico, mas também em se aliar com esses partidos. (...)

O que pode nos unir é a agenda democrática. Mas, ao desdobrar os desafios do próximo governo para além de reverter o desmonte das instituições e políticas públicas, o que nos divide é como retomar o desenvolvimento e qual é o papel do Estado, como financiar as políticas públicas e atacar os principais problemas do Brasil: a desigualdade social, a pobreza e a miséria, tendo, do outro lado da mesma moeda, a concentração de renda e riqueza. (...)

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Assim, para além do desafio de derrotar Bolsonaro e não votar nele no 2º turno, como cobrou Fernando Haddad, de reconstruir as instituições e as políticas públicas em áreas decisivas como a externa, meio ambiente, saúde, educação e cultura, revogar a Lei de Segurança Nacional, os decretos armamentistas, despolitizar as PMs, é necessário enfrentar o flagelo do desemprego e da pobreza superando a escandalosa concentração de renda, principal causa do nosso não crescimento e desenvolvimento. Déficit público e dívida pública são consequências e não causas do nosso baixo crescimento e das crises cíclicas que vivemos nos últimos 30 anos.

O Brasil e nosso povo exigem e merecem uma revolução social, democrática e pacífica. Para isso, precisa de um governo que supere não só o bolsonarismo autoritário, obscurantista e fundamentalista, mas reforme as estruturais sociais e econômicas dando ao nosso povo trabalhador a participação na riqueza que cria bem-estar social, vida digna, paz e segurança.

Você pode ler a íntegra do texto aqui.

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