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Lincoln Secco: TRF-4 pode ter criado um lulismo mais radical, sem Lula e sem o PT

O professor da USP Lincoln Secco, pesquisador da história do PT, afirmou que a condenação do ex-presidente Lula pelo TRF-4 pode deflagrar uma radicalização no já conturbado cenário político brasileiro; "As cenas do julgamento são simbólicas. É possível que os juízes tenham contribuído para consolidar o mito Lula por uma ou duas gerações e venhamos a ter um lulismo mais radical sem Lula e até sem essa atual direção do PT, como foi o peronismo depois de proibido oficialmente na Argentina", afirma

Lincoln Secco e Lula  (Foto: Aquiles Lins)
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247 - O professor da Universidade São Paulo Lincoln Secco, pesquisador da história do PT, afirmou que a condenação do ex-presidente Lula pelo TRF-4 pode deflagrar uma radicalização no já conturbado cenário político brasileiro.

"O que aconteceu foi um recado claro. Lula não pode ser candidato e deve ser preso como um exemplo. Agora, o PT vai reagir com força verbal à sentença, mas será difícil no curto prazo mobilizar resistência nas ruas, porque os dirigentes atuais não comandam mobilizações há 20 anos e desconhecem sua base social", afirma Seccoa em entrevista ao jornal El País

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Segundo o pesquisador, Lula tem uma biografia consolidada à qual agora se acrescenta o papel de perseguido político. "Ele foi condenado por ter um apartamento que não está em seu nome e no qual jamais morou. A percepção da sua base social vai mudar. Ele se torna vítima dos poderosos. As cenas do julgamento são simbólicas. É possível que os juízes tenham contribuído para consolidar o mito Lula por uma ou duas gerações e venhamos a ter um lulismo mais radical sem Lula e até sem essa atual direção do PT, como foi o peronismo depois de proibido oficialmente na Argentina", afirma. 

Questionado se há chances do PT reverter a condenação do ex-presidente, Lincoln Secco diz que o golpe parlamentar, não foi dado para devolver o poder ao PT.

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"O julgamento de Lula não foi antecipado ao acaso. Havia a ilusão de que a elite do Judiciário não iria querer humilhar um ex-presidente da República e o próprio país com uma decisão tão dura. Até alguns golpe militares respeitaram os presidentes, mas não é o que a decisão de ontem aponta. Acredito que um tribunal superior pode até mudar a sentença, mas não inocentar o ex-presidente. Ao PT só resta pensar na substituição dele para garantir uma votação suficiente para sobreviver institucionalmente e, num outro ciclo da história, reconstruir suas bases de apoio. Para usar o jargão chinês: teria que ser uma guerra popular prolongada", afirma. 

Leia a entrevista na íntegra.

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