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Brasil

Lula vai até o fim na disputa pelo direito de ser candidato

É o que indica o cruzamento de recentes pesquisas qualitativas e quantitativas com a estratégia jurídica dos defensores de Lula

Lula vai até o fim na disputa pelo direito de ser candidato (Foto: Ricardo Stuckert)
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Paulo Salvador, RBA - Lula vai manter a candidatura até ter todos os recursos julgados. Essa é a estratégia jurídica dos seus advogados. Isso significa trilhar o caminho jurídico até o final. O PT registra sua candidatura, com manifestação pública no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, dia 15 de agosto – que é o último dia para inscrição, mas é também o primeiro dia de campanha eleitoral. Dois dias depois, haverá pedido de impugnação, o que levará o PT a recorrer ao próprio TSE ou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), cujo julgamento pode demorar mais alguns dias e, mesmo impugnada a candidatura, cabem outros recursos da decisão, embargos infringentes, de declaração e de regimento.

A candidatura Lula entra assim no estágio sub judice, ou seja, estará inscrita, mas responderá ao processo de impugnação. A propaganda já estará aberta e, de acordo com o Artigo 16-A, do Código Eleitoral, "o candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver nessa condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionados ao deferimento de seu registro por instância superior".

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Por essa possibilidade, de estar candidato sub judice, de fazer campanha em rádio e televisão e ter seu nome na urna, é que Lula não antecipará qualquer decisão sobre não concorrer e isso significa que não haverá escolha de seu substituto, mesmo que tenha um vice, isso também não significará que esse vice possa ser o seu sucessor.

É possível prever que, em sendo Lula, toda sorte de maldades será lançada e é possível desenhar um cenário onde o STJ julgue na primeira hora todos os recursos que receber. Mesmo assim, há prazos para novos recursos. Seus advogados concluem que, mesmo trabalhando aceleradamente, o STJ não conseguirá julgar todos os recursos até a diplomação, prevista para próximo do Natal, já que a posse é em 1º de janeiro.

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Resta saber como o STJ vai "sujar as mãos" para abreviar esses julgamentos, lembrando que o TSE diz que em menos de um mês das eleições, em torno de 7 de setembro, não consegue mudar os nomes listados nas urnas.

Referenda essa estratégia o fato de cerca de 1.300 candidatos a prefeitos em 2016 concorreram sub judice e 7 em cada 10 foram empossados porque tiveram os recursos contra suas candidaturas derrubados antes da posse. Se tivessem desistido antes, não teriam apostado na possibilidade de vencerem nos tribunais.

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Por que Lula desistiria antes do tempo, como querem Ciro e mesmo parte da direção nacional do PT com argumentos de não jogar tudo ou nada? Esse exemplo servirá para Lula? Pode ser que não, mas é fato que até o ministro Fux, o mais azedo integrante do STF contra Lula, votou a favor dos prefeitos.

Embora esse exemplo dos prefeitos possa parecer frágil, em se tratando de Lula ganhar de novo a presidência depois do golpe, análise de tendências mostra que, quanto mais perto da votação for a troca de candidato, maior a chance de o substituto indicado tornar-se vencedor, por que carrega a votação.

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Porém, a maior força para essa estratégia é o resultado de pesquisas qualitativas. Há tempos que as pesquisas do PT (e não só desse partido) trabalham com os índices e opiniões de aceitação e rejeição dos candidatos. Para a candidatura Lula, vem de tempos a tradicional conta de que um terço dos eleitores fecha definitivamente com Lula, vota nele em qualquer cenário, assim como outros 30% jamais votariam nele, e entre essas duas opções há um conjunto de eleitores que varia entre "gostar de Lula e poder votar nele" ou "gostar de Lula, mas não votar nele", sendo que a última pesquisa Vox Populi, de 26 de julho, aponta um crescimento dos 30% para 41%.

Concretamente, cruzadas as diferentes manifestações de apoio ao ex-presidente e exercício do voto, Lula chega a 67%. E aparece de maneira muito sólida que essa população não consegue pensar em outro nome que não o de Lula.

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Não é só o PT que está com problemas para definir quem pode substituir o ex-presidente na urna: a dúvida é a mesma que têm seus próprios eleitores e apoiadores, que até agora não trabalham com essa possibilidade e não enxergam outro nome.

Se Lula antecipar a sua substituição e não seguir a estratégia dos recursos jurídicos, parecerá uma sucumbência, uma renúncia, uma fraqueza, o que levará boa parte a votar branco ou nulo. Se mantiver esse caminho jurídico e for impugnado em atos de exceção, estará carregando o imaginário popular consigo. E provavelmente transferirá os votos. Estará também transferindo a decisão para o Judiciário "sujar as mãos", como mais uma etapa do golpe.

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